Sete dos 11 activistas do autodenominado Movimento Independentista de Cabinda (MIC), detidos pelas autoridades angolanas no passado dia 10, vão a julgamento nesta terça-feira, 17.
O advogado dos independentistas Mananga Padi, disse à VOA que vão ser julgados pelo crime de desobediência por se terem recusado a prestar declaração na Procuradoria da Répública e arriscam a uma pena de até três meses de prisão.
“Disseram-me, enquanto seu mandatário, que não querem responder o primeiro interrogatório porque entendem que o Governo angolano faz alguma confusão entre a realidade política e a jurídica e por ser uma questão política devem ser os políticos a tratarem essa questão“, referiu Padi.
Para além do julgamento marcado para amanhã no Tribunal da Comarca de Cabinda, os activistas são igualmente acusados dos crimes de associação criminosa e contra a segurança do Estado.
Quatro dos activistas foram encaminhados para uma unidade penitenciária onde deverão aguardar pela instrução do processo, acrescentou o defensor que afirmou ser “prematuro discutir sobre a veracidade das acusações”.
Os activistas foram detidos no dia 10 de Dezembro quando se mobilizavam para uma manifestação pacífica para exigirem a realização de um referendo pela autodeterminação do território.
As detenções foram condenadas por várias organizações de defesa dos direitos humanos, em particular a Amnistia Internacional que pediu a sua libertação incondicional.