Activistas guineenses estão preocupados com o aumento de adolescentes e jovens que consomem drogas, algumas injectáveis. Pedem a mudança da situação.
Há crianças de dez anos no mundo das drogas, dizem.
A droga mais consumida é cannabis, tendo em conta o seu preço acessível” e a disponibilidade em qualquer esquina de Bissau ou interior do país, diz Abílio Aleluia Có, director-executivo do Observatório Guineense de Drogas e Tóxico dependência.
Mas não é apenas o consumo da cannabis que preocupa os activistas e especialistas. Em 2016, eles notaram outra tendência.
Có explica que “os adolescentes e jovens já estão a consumir drogas injectáveis e drogas sintéticas; a segunda mais consumida é crack; a a terceira, e de forma muito assustadora, é ‘MD’, uma droga sintética que consomem sem conhecer os seus efeitos para a saúde”.
Sobre as consequências do consumo de droga, a maior preocupação assenta, sobretudo, na saúde dos dependentes.
O psicólogo, Jerónimo Henrique Té, director do Centro de Mental de Bissau, alerta que os jovens devem ter cuidado, porque a droga “faz alteração a nível do sistema nervoso central”.
O seu consumo pode resultar em doenças mentais e “constituir um grande risco para a família e a sociedade, pois o paciente pode-se tornar agressivo”, diz Té.
A socióloga Cadija Mané acrescenta que o consumo de drogas cria um desvio comportamental que pode resultar em assaltos, roubos e até homicídios.
“É necessário criar estratégias que possam travar o acesso dos adolescentes e jovens” à droga, sugere Mané.
Mas perante o que chama “inércia do Estado” na luta contra o tráfico e consumo de drogas, Abílio Có diz que “será difícil inverter a actual situação”.