Associações cívicas e figuras independentes da província angolana de Cabinda consideram que a situação social, económica e política tem-se agravado nos últimos dias, mesmo com as promessas do novo Governo.
Activistas dizem que Cabinda regista actualmente a presença de mendigos nas ruas, o que não acontecia no passado.
Alexadre Kuanga Nsitu, coordenador da Associação Cívica Cultural dos Direitos Humanos, considera a situação actual da maioria dos cabindas.
"Aqui em Cabinda nunca houve pessoas a pedirem esmolas na rua, hoje há cabindas nas ruas a pedir dinheiro e comida, a situação agravou-se com a falência das indústrias de petróleo em Cabinda com despedimento de trabalhadores, etc., as coisas agudizaram-se", denuncia Nsitu, para quem também no capítulo das liberdades as coisas tendem a piorar.
“As associações cívicas nunca são reconhecidas, só as do MPLA merecem a legalização e o respeito das autoridades", lamenta.
Por seu lado, o jurista e advogado Arão Tempo chama a atenção para actual situação económica e social dos cabindas.
“Os bancos não têm dinheiro, a perseguição a quem pensa diferente aumentou, são considerados estrangeiros na própria terra”, diz Tempo que lamenta o facto de não haver vontade política para implementar projectos prometidos pelo novo Governo, “dos quais dependem a resolução definitiva dos problemas de Cabinda".
A VOA tentou contactar o governador Eugénio Laborinho, mas sem sucesso.