Dois activistas cívicos anteveem cenários de tensão pós-eleitoral em Angola.
Nuno Álvaro Dala, do grupo dos 17 activistas condenados e amnistiados em 2016, diz que neste momento há uma crise que pode evoluir enquanto Manuel Paulo Mendes de Carvalho Pacavira, General Paka, teme que o cenário de 27 de Maio de 1977 seja reavivado no país.
O General Paca, que se considera membro do MPLA e activista cívico, afirma que o receio dele “não éa UNITA que neste altura não tem qualquer capacidade bélica para renascer a guerra, mas o MPLA”que, segundo ele “tem um bando de bandidos" capazes de criar cenários de conflitos para depois eliminarem políticos opositores como fizeram no 27 de Maio de 1977, quando mataram Nito Alves, Bakalov e outros líderes de então”.
Filho do falecido nacionalista do MPLA Mendes de Carvalho Wanhenga Xitu, Paka considera que da actual geração de governantes não se pode esperar nada de bom.
“Esta geração de José Eduardo dos Santos é má, é responsável pelas matanças do 27 de Maio e por todo o mal-estar que se vive actualmente em Angola porque boa parte destes governantes não são angolanos, são portugueses que a coberto de terem nascido cá continuam a querer perpetuar os mesmos vícios que tinham quando Angola ainda era considerada província ultramarina de Portugal", sustenta o general.
Por seu lado, Nuno Álvaro Dala, fala de um clima de desconfiança, de reserva da parte dos militantes do MPLA que ao contrário do que houve em 2008 e 2012, "não festejam e não fazem nada".
“O clima é de desconfiança, de reserva da parte dos militantes do MPLA, estamos quase numa crise pós-eleitoral que vai evoluir para uma verdadeira crise cuja solução se desconhece”, vaticina Dala.
Para ele o futuro é muito sombrio.