Membros do autodenominado Movimento Revolucionário na província de Benguela queixam-se de ameaças de morte proferidas por agentes da Polícia Nacional.
Na base das ameaças, conforme a denúncia, estão não apenas as manifestações, mas também o chamado ‘Jango da Liberdade’, um espaço criado para reflexões sobre a vida do país.
Neste sábado, 29, o Movimento Revolucionário viu abortada a manifestação que pretendia realizar para exigir a libertação dos 15 companheiros detidos em Luanda.
Os jovens dizem que foram impedidos de deixar a cidade do Lobito em direcção a Benguela, onde deveria ter acontecido a manifestação, delineada também em protesto ao que se considera ser a má governação da província e do país.
Agentes que se encontravam em seis viaturas da Polícia cercaram os promotores, evitando a sua deslocação.
Estes acontecimentos, a par da detenção dos dois jovens na altura da distribuição de panfletos, levam António Tongoti a falar em clima de intimidação, com ameaças de morte à mistura.
“Apareceram (os polícias) lá no ´Jango da Liberdade´, a intimidar e a dizer que algum dia terão de ficar três cadáveres, mas a Constituição assegura a liberdade de reunião e de manifestação, por isso não percebemos este comportamento negativo. Ainda hoje, a informação que recebemos é a de que voltaram a intimidar”, denuncia.
Ainda assim, uma nova carta vai ser endereçada ao governador de Benguela, Isaac dos Anjos, de quem os jovens esperam autorização para a próxima manifestação.
Contactado pela VOA, o porta-voz do Comando da Polícia, Carlos Mota, diz não ser a pessoa ideal para tratar deste assunto.