Em tempos de pandemia, activista em São Tomé e Príncipe denuncia o envolvimento de médicos, enfermeiros e técnicos do Sistema Nacional de Saúde no desvio de medicamentos e consumíveis dos hospitais e centros de saúde do país.
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Hospital Ayres Menezes rejeita as acusações e atribui ao Governo a culpa pela falta de medicamentos, reagentes e consumíveis nas unidades hospitalares.
“É preciso por o dedo na ferida”, diz o activista Natércio Dada, quem afirma que “muitos médicos, enfermeiros e técnicos do sistema nacional em São Tomé e Príncipe desviam medicamentos, consumíveis e reagentes para clínicas e farmácias privadas”.
Dada acrescenta haver muitos profissionais que são donos de clínicas e farmácias, “por isso os medicamentos e consumíveis desaparecem dos hospitais e centros de saúde”.
Antes essas acusações e de outros elementos da sociedade civil, o sindicalista e técnico de laboratório do único centro hospitalar do país, Ramom dos Prazeres, sai em defesa da classe e atribui ao Governo a responsabilidade pela falta de medicamentos, regentes e consumíveis nos hospitais e centros de saúde.
“Não sei se é por questões financeiras ou falta de planificação, mas a verdade é que os gestores dos hospitais, centros de saúde e do Ministério da Saaúde não têm feito a devida programação em relação à compra de medicamentos e consumíveis e nós é que somos acusados de roubo de medicamentos quando isso não corresponde a verdade”, afirma Ramon dos Prazeres.
Entretanto, o analista Liberato Moniz lembra que no inicio da pandemia da Covid-19 em São Tomé e Príncipe alguns profissionais de saúde foram acusados pelo Ministério Público de desvio de materiais hospitalares e consumíveis e até agora o caso não foi esclarecido.
“Para o bom nome dos médicos e de outros técnicos de saúde e das pessoas que têm as suas clínicas, seria bom que isto ficasse resolvido para que uns não paguem pelos outros porque quem desvia medicamentos tem que ser responsabilizado por colocar põe em causa a saúde pública”, sustenta Moniz.
Quanto às críticas dirigidas aos profissionais que trabalham nos hospitais públicos e têm clínicas privadas, o líder do Sindicato dos Enfermeiros, Ramom dos Prazeres, lembra que a lei não impede.
Não houve ainda qualquer reacção do Governo.