Em entrevista à Voz da América, o activista Rey Daddyx Manda Chuva disse que a população do Quimbele, Uíge, não desfruta da paz que já foi alcançada.
“Quimbele encontra-se num estado de abandono desde 2002… As populações têm vivido problemas que o próprio Governo não consegue resolver”.
Segundo dados de 2014 do Instituto Nacional de Estatística (INE), o município tem em torno de 129 mil habitantes, que sofrem por não terem acesso a remédios e tratamentos, pois não há um hospital em funcionamento na cidade.
“Encontramos crianças e adultos a morrerem por falta de um paracetamol”.
O Hospital Municipal, que até hoje não foi inaugurado, corre o risco de ser destruído pela erosão causada pelas chuvas.
Educação
Manda Chuva também falou sobre o estado da educação no município e disse que desde 2002 o Quimbele tem apenas uma escola onde os estudantes frequentam o ensino primário e secundário. De acordo com o activista, as últimas chuvas destruíram o teto da escola onde são dadas as aulas do primeiro e do segundo ciclo, e os alunos estão sem sítio para continuar com os estudos, principamente agora que é a época dos exames finais.
Ravinas
Em Quimbele há três ravinas e o activista explicou que não há vias de acesso asfaltadas e nem como circular entre as três comunas do município (Alto-Zaza, Cuango e Icoca). A primeira Ravina já existe há 20 anos e ameaça uma vila.
A segunda ravina já destruiu duas salas de aula da Escola do Kindondo. A terceira ameaça o hospital, que nunca foi inaugurado.
“No Quimbele falta tudo”.
No fim da entrevista, o activista pediu ao Governo para não lembrar do município apenas durante as eleições.
“Esse município é um município onde as populações amam o Governo, mas infelizmente o Governo não ama. Então pedimos que o Governo reconheça e faça alguma coisa para resolver os problemas destacados, porque a população do Quimbele vive momentos difíceis desde 2002".
Confira a entrevista