Após negociações com o Governo provincial, activistas no Cunene cancelaram uma manifestação prevista para coincidir com a chegada do Presidente João Lourenço na quinta-feira, 8.
A decisão foi, contudo, criticada por Carinda Francisco, um dos organizadores da manifestação.
Lito Deputado que anunciou o cancelamento da manifestação disse que “uma das reivindicações”, nomeadamente o caso do activista João Muhala que se encontra detido há várias semanas, “já foi atendida, (porque) o Tchilalo João Muhala, detido em Peu-Peu, já tem a data de julgamento marcada para o próximo dia 21 do mês em curso".
"Queremos avisar as províncias de Luanda, Namibe, Benguela e Huambo, que pretendiam nos apoiar na manifestação que prevíamos realizar amanhã, quinta-feira, 8 de Julho, durante a chegada do Presidente da República, João Lourenço, ao Cunene, que a mesma já não vai acontecer, pelo facto de termos chegado há um acordo com os organizadores da visita”, anunciou.
"Não é bom receber um pai no meio de muita confusão", concluiu o activista.
Entretanto, Carinda Francisco, outro co-organizador da manifestação, discorda da decisão anunciada e diz que o acordo foi unilateral com um grupo que não representa a maioria dos jovens do Cunene.
"Ontem, o meu amigo de luta da frente, Lito Deputado, negociou a manifestação, algo que me deixou revoltoso e nem sei com quem negociou”, afirmou, acrescentando que "não podemos continuar assim, o povo do Cunene sofre humilhações, era oportunidade para mostrarmos o nosso descontentamento aqueles que nos governam mal".
A VOA procurou ouvir a Governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, mas sem sucesso.