O vice presidente da UNITA, Raúl Danda, avisou que o governo tem que explicar ao povo angolano que um acordo de financiamento com o Fundo Monetário Internacional será “uma injecção” dolorosa.
Danda reagia ao discurso de Segunda-feira, 15, do Presidente João Lourenço, que afirmou que um acordo com o FMI irá trazer maior credibilidade junto dos investidores internacionais e irá permitir que Angola deixe de dar como garantia de empréstimos o seu petróleo.
"Com esta medida estaremos em condições de tendencialmente passarmos a negociar financiamentos, sem garantia de petróleo, situação que urge corrigir o que ja aconteceu por exemplo com os Euro Bonds e mais recentemente com este financiamento do FMI como consequência da credibilidade que Angola vem ganhando ultimamente junto dos mercados financeiros internacionais", disse o Presidente.
Raul Danda disse que " quando o FMI é chamado é porque a situação está má”.
“O FMI está a aconselhar o Executivo que é preciso primeiro diminuir as despesas, para depois aumentar os recursos, com esta diminuição nas despesas públicas o presidente da republica deve explicar que os angolanos vão passar por um momento de sofrimento maior do que estamos a passar porque vai ser mesmo assim, vamos apanhar uma injecção grande”, disse Danda.
“A situação vai piorar para depois começar a melhorar se Deus quiser e é preciso explicar isso aos angolanos", acrescentou o também deputado e professor universitário.
O economista Sapalo António diz que a relação com FMI é o que resta para Angola sair “do buraco em que estamos”.
"Para alem do dinheiro a ser aplicado pelo FMI Angola vai conseguir credibilizar-se e vai ganhar confiança perante as instituições financeiras internacionais”,disse o economista para quem “outro ganho será em termos de divisas, como o país tem um défice o matrimónio com o FMI vai trazer liquidez de divisas e isto pode influenciar na minimização da inflação".
Já o economista Faustino Mumbica entende que a acontecer alguma redução imposta pelo FMI esta de ser aplicadaapenas nas despesas publicas e não no pessoal.