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ACNUR diz que escalada da violência forçou milhares de pessoas a fugir de Moçambique


Parque Nacional de Chimanimani, Sussundenga, Manica, Moçambique
Parque Nacional de Chimanimani, Sussundenga, Manica, Moçambique

Pelo menos 3.500 moçambicanos fugiram para Malawi e Eswatini

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou que os refugiados e civis que fogem de Moçambique devido à situação de violência no país enfrentam riscos imensos e disse estar muito preocupado com a fuga das pessoas.

O posicionamento da diretora daquela agência da ONU para África Austral nesta terça-feira, 31, surgiu depois de as autoridades do Malawi e do Eswatini terem revelado que mais de 3.500 moçambicanos chegaram àqueles países.

"Embora saudemos a generosidade do Malawi e do Reino de Essuatíni, a assistência imediata é crucial para lidar com o agravamento da crise e evitar mais sofrimento", afirmou Chansa Kapava em Genebra, quem alertou que "os refugiados e os civis enfrentam riscos imensos, perderam os seus meios de subsistência e dependem da ajuda humanitária".

Em comunicado, ela acrescentou que "estamos profundamente preocupados com a situação atual em Moçambique, onde a escalada da violência forçou milhares de pessoas a fugir".

Em declarações à Voz da América, o administrador de Morrumbala, na província da Zambézia, disse que até a quinta-feira, 26, "45 famílias tinham passado para o Malawi, mas este número tem estado a aumentar exponencialmente”.

João Nhambessa explicou que a fuga dos moçambicanos foi precipitada pela escalada de violência e destruição de infraestruturas públicas e privadas nas localidades de Gorro, Chilomo e Chire sede, zonas limitrofes do distrito de Nsanje.

Nhambessa acrescentou que “têm surgido ameaças e também saques de bens”, forçando as famílias a fugir para o país vizinho.

Por seu lado, uma nota do Governo de Ewatini informou que até o dia 29 de dezembro, 911 moçambicanos tinham sido registados como candidatos a asilo.

A fuga de moçambicanos decorre da crise pós-eleitoral que o país vive desde 21 de outubro, após o candidato presidencial Venâncio Mondlane ter liderado protestos contra o que chamou de "fraude eleitoral" que, nas últimas semanas, se transformaram em atos de vandalismo, destruição de propriedades privadas e públicas e fuga de presos.

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