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“Acabar com a pandemia na África é essencial para acabar com ela em todo o mundo”, defende Guterres


António Guterres, na sede da ONU, 2019
António Guterres, na sede da ONU, 2019

O secretário-geral da ONU elogia a forma como os governos africanos estão a responder à pandemia do novo coronavírus, mas pede uma ajuda de 200 mil milhões de dólares à comunidade internacional para evitar que a Covid-19 deite por terra os avanços registados nos últimos anos.

“Acabar com a pandemia na África é essencial para acabar com ela em todo o mundo”, defende António Guterres num comunicado divulgado nesta quarta-feira, 20, no qual ele aborda a o combate da doença em África.

“À medida que a Covid-19 se espalhava pelo continente, a África respondeu rapidamente à pandemia e até agora os casos relatados são mais baixos do que se temia”, afirma Guterres, que avisa, no entanto, que “a pandemia ameaça o progresso africano, agravará as desigualdades e aumentará a fome, a desnutrição e a vulnerabilidade às doenças”.

O secretário-geral lamenta que a Covid-19 possa colocar em causa o esforço feito pelos africanos “para promover o bem-estar das pessoas do continente”, o crescimento económico, a revolução digital e a área de livre comércio recentemente criada.

António Guterres lembra que, no imediato, “a demanda por mercadorias, turismo e remessas da África está a diminuir, o arranque da zona de livre comércio foi adiado e que milhões poderão ser empurrados para a extrema pobreza”.

Com pouco mais de duas mil e 500 mortes, Guterres reconhece que os governos têm trabalhado bem, houve um aprofundamento da coordenação regional e medidas foram tomadas rapidamente, aproveitando a experiência que têm no combate a outras epidemias, como do HIV/Sida e ébola, “desmascarando rumores e superando a desconfiança nos governos, forças de segurança e profissionais de saúde”.

“Expresso a minha total solidariedade com os povos e os governos da África na luta contra a Covid-19”, reitera Guterres que destaca a ajuda das agências da ONU ao entregar milhões de kits de teste, ventiladores e outros suprimentos”.

O secretário-geral da ONU pede, na sua nota, “uma ação internacional para fortalecer os sistemas de saúde da África, manter o fornecimento de alimentos, evitar uma crise financeira, apoiar a educação, proteger empregos, manter famílias e empresas à e proteger o continente contra perdas de receitas”.

Guterres defende que “os países africanos também devem ter direito rápido, igual e acessível a qualquer eventual vacina ou tratamento, que devem ser considerados bens públicos globais”, reforçando o pedido de 200 mil milhões de dólares para os países mais necessitados.

O secretário-geral das Nações Unidas também junta a sua voz àqueles que pedem uma moratória à dívida dos países africanos.

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