O secretário geral do Sindicado de Jornalistas Angolanos (SJA) classificou de abuso de autoridade a destruição do material do jornalista da rádio Ecclesia Anselmo Leite, em Ondjiva, privíncia do Cunene, que continha gravações feitas no Fórum da Juventude, em que participou a governadora do Cunene Gerdina Didalelwa.
Na sexta-feira, 21, no final do encontro de auscultação dos jovens da província do Cunene pela governadora Didalelwa, no auditório da Escola Técnica de Saúde, agentes da polícia à paisana perseguiram e mandaram o jornalista destruir o material.
"Depois de termos feitos o nosso trabalho, fiquei bastante surpreendido quando fui interpelado por quatro agentes da Polícia Nacional, à paisana, estavam jornalistas da rádio Ecclesia, rádio Lumbamba e a rádio Cunene, como é que só a mim intercetaram daquela forma, pediram que abrisse o meu telefone onde continha os áudios, mandaram reproduzir os sons, eu reproduzi e mandaram apagar o som", contou Leite.
"Estamos em presença de uma obstrução ao exercicio da liberdade de imprensa e nos termos do código penal é crime", disse Teixeira Candido nesta terça-feira, 25, quem lembrou que "nenhum agente da policia está autorizado por lei nenhuma a obrigar o jornalista a destruir o material resultante de um evento público para qual acorreram todos os órgãos de comunicação social, ainda que fosse um evento privado aberto aos jornalistas".
O sindicato diz reservar-se ao direito de eventualmente despoletar mecanismos legais a seguir pelo jornalista Anselmo Leite.
O comissário Ribeiro Leitão, instado a pronunciar-se sobre as acusações, disse não ter conhecimento dos factos.
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