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A UNITA não abandonará quem confiou o seu voto na alternância, ACJ


Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA no dia 24 de agosto, no Nova Vida, para votar. Luanda, Angola
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA no dia 24 de agosto, no Nova Vida, para votar. Luanda, Angola

Adalberto Costa Júnior, líder do principal partido na oposição, UNITA, disse na noite desta quinta-feira, 1 de setembro, que o seu partido e parceiros da Frente Patriótica Unida (FPU) não reconhecem os resultados definitivos publicados esta semana pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Costa Júnior reiterou a posição anterior do seu partido, justificando o silêncio da UNITA até ao momento. Uma das razões, disse, está relacionada com o "contencioso eleitoral, cujos prazos em execução neste momento e previstos na lei procurámos respeitar".

Por outro lado, disse o presidente da UNITA, a outra razão de não se terem pronunciado "diz respeito à contagem paralela, um processo sensível e complexo, que se encontra agora na sua fase final".

Adalberto Costa Júnior disse que a UNITA dialogou com embaixadores de países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, bem como com outros países com relações de "relevância" com Angola e com "responsáveis de instituições idóneas da sociedade civil".

O povo votou na mudança

Na comunicação feita a partir da sede do partido, em Viana, arredores de Luanda, Costa Júnior foi peremptório em dizer que "no dia 24 de agosto o povo mudou na mudança, pelo que a UNITA e seus parceiros da Frente Patriótica Unida não reconhecem os resultados definitivos publicados esta semana pela Comissão Nacional Eleitoral, porque estes não reflectem a verdade eleitoral".

O líder da UNITA espera que a CNE e o Tribunal Constitucional "desempenhem verdadeiramente as suas funções (...) Que a Comissão Nacional Eleitoral não se furte em confrontar as actas em sua posse com as cópias das actas dos partidos políticos".

Adalberto Costa Júnior disse ainda que não se vive num verdadeiro Estado democrático e de direito em Angola e que a UNITA e a FPU tudo farão "para garantir que todos os votos sejam efectivamente contabilizados e respeitados. A UNITA e o seu presidente não abandonarão aqueles que confiaram o seu voto na alternância".

Angola realizou eleições gerais a 24 de agosto, uma disputa que criou muita expectativa em torno da nova liderança da UNITA e na ideia de que poderia quebrar o domínio de 47 anos de governação no país.

O líder do MPLA, João Lourenço, que foi declarado vencedor pela Comissão Nacional Eleitoral, a 29 de agosto, conquistou o seu segundo mandato, mas recebeu um recado do eleitorado da maior praça eleitoral, Luanda. Embora seja simbólico, porque o MPLA ganhou com maioria absoluta, a vitória da UNITA na capital angolana é uma clara demonstração de que o MPLA terá que trabalhar mais para responder a essa insatisfação, assumiu o porta-voz do partido no poder, Rui Falcão, na altura.

A CASA-CE também prometeu reunir provas de que os resultados foram fraudulentos.

No final da noite, o secretário geral para as eleições da UNITA, Faustino Mumbica, confirmou à VOA que o seu partido refregou o processo para a impugnação das eleições ao Tribunal Constitucional.

A CASA—CE também recorreu, como disse Rafael Aguiar à VOA.

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