Em Outubro do ano que vem, milhões de brasileiros vão apertar o botão na urna electrónica. Confirmando o voto para o novo presidente do Brasil, que vai assumir o cargo no dia primeiro de Janeiro de 2023.
Mas para chegar lá, o país inteiro vai enfrentar um ano eleitoral como nunca antes visto na democracia brasileira. A eleição promete ser polarizada, disputada e com um final imprevisível.
De um lado, Bolsonaro.
O actual Presidente quer um segundo mandato, que vai precisar enfrentar uma queda na popularidade devido ao enfrentamento da pandemia. No mês passado, o Presidente terminou acusado de crime contra a humanidade na CPI da Covid, no Senado brasileiro. Também pesa contra Bolsonaro os ataques ao STF e também aos piores índices na economia, com alta da inflação, desemprego e baixo crescimento.
Do lado oposto, um ex-Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
Preso por mais de um ano devido às acusações de corrupção, o petista quer colocar a esquerda novamente no poder, mas pra isso deve enfrentar a resistência de parte da população com os escândalos de corrupção envolvendo o seu partido.
Nas pesquisas actuais é Lula quem leva vantagem. Os últimos levantamentos divulgados aqui no Brasil mostram o ex-Presidente com chances, inclusive, de vencer o pleito na primeira volta. Lula aparece com 57% dos votos válidos no levantamento do Vox Populis, contra 27% de Bolsonaro. No Instituto Exame a vantagem é de 48 a 31%.
“Não podemos subestimar Bolsonaro porque ele é o presidente. Ele tem um núcleo forte de apoiadores e a depender do movimento dos adversários ele ainda pode buscar a reeleição. Não é um cenário impossível”, avalia Rodrigo Prando, cientista político.
Lula ainda não oficializou a candidatura, mas tem viajado pelo mundo todo pra construir alianças num possível governo. Na semana passada, visitou o parlamento europeu e fez um discurso já como candidato.
“Precisamos colocar o povo pobre no orçamento e colocar o povo rico no Imposto de Renda”, afirmou Lula na Europa. “Por isso o PT vai concorrer. Se for eu o candidato, estou preparado, motivado e com saúde”, disse.
E não poupou críticas ao adversário: “Bolsonaro representa uma peça importante na extrema-direita fascista. O que você quiser falar da antipolítica do governo Brasil é possível”.