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A saída dos Estados do Sahel fragiliza a CEDEAO


Assinatura dos documentos da Confederação dos Estados do Sahel durante a primeira cimeira em Niamey, 6 Julho 2024
Assinatura dos documentos da Confederação dos Estados do Sahel durante a primeira cimeira em Niamey, 6 Julho 2024

O bloco da África Ocidental, a CEDEAO, advertiu domingo que a região enfrenta uma "desintegração" depois de os governantes militares do Níger, Mali e Burkina Faso terem cimentado uma união separatista.

Os três países formaram uma "Confederação dos Estados do Sahel" numa reunião realizada na véspera da cimeira de líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, marcando mais um teste para o bloco do qual declararam estar a separar-se no início deste ano.

A CEDEAO já se debate com a violência jihadista, com problemas financeiros e com a dificuldade de reunir uma força regional.

Não ficou claro que medidas o bloco iria tomar após a cimeira em Abuja, embora o Presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, tenha apelado ao novo líder do Senegal para servir como "enviado especial" para o Mali, o Burkina Faso e o Níger, sem fornecer pormenores.

As juntas do Níger, do Mali e do Burkina Faso chegaram ao poder através de uma série de golpes de Estado nos últimos anos e anunciaram a sua intenção de abandonar a CEDEAO em janeiro.

Os três países afastaram-se da antiga potência colonial, a França, e expulsaram as tropas francesas.

A saída dos países do Sahel da CEDEAO foi motivada, em parte, pela acusação de que Paris estava a manipular o bloco e a não prestar apoio suficiente aos esforços anti-jihadi.
Vários líderes da África Ocidental apelaram ao reatamento do diálogo e a cimeira de domingo foi a primeira do novo Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, que afirmou em maio que a reconciliação era possível.

Os laços do Níger com a CEDEAO deterioraram-se após o golpe de Estado de julho de 2023 que levou Tiani ao poder, quando o bloco impôs sanções e ameaçou intervir militarmente para restaurar o Presidente deposto Mohamed Bazoum.

As sanções foram levantadas em fevereiro, mas as relações continuam difíceis.

Antes da cimeira da CEDEAO, os ministros da Defesa e das Finanças estudaram o financiamento de uma "força regional para combater o terrorismo e restaurar a ordem constitucional", de acordo com a Comissão da CEDEAO.

A Comissão da CEDEAO apelou à criação de uma unidade inicial de 1.500 efectivos e uma das propostas foi a de reunir uma brigada de 5.000 soldados a um custo de cerca de 2,6 mil milhões de dólares por ano.

A CEDEAO já lançou intervenções militares no passado, mas a ameaça de o fazer após o golpe de Estado no Níger fracassou.

Enquanto o bloco se debate com os desafios regionais, Touray avisou que estava a enfrentar uma "situação financeira terrível".

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