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“A nossa paciência já está esgotada”, avisa líder sindical ao Governo guineense


Trabalhador guineense, Bissau. (R. Shyrock/VOA)
Trabalhador guineense, Bissau. (R. Shyrock/VOA)

O Secretário geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné, Júlio Mendonça, exige do governo o cumprimento da legislação laboral e avisa que a paciência dos servidores públicos já está no limite.

“A nossa paciência já está esgotada”, avisa líder sindical ao Governo guineense
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Na celebração dos Dia dos Mártires de Pindjiguiti, em Bissau, Mendonça advertiu que “a nossa paciência já está esgotada, e não haverá mais espaço para violação da lei geral do trabalho.”

Júlio Mendonça
Júlio Mendonça

Mendonça pediu ao executivo para mudar o paradigma da governação do país, afirmando que “já não há tempo a perder; se eles querem a estabilidade governativa, é melhor respeitarem as leis que combatem à corrupção; paguem as dividas aos servidores públicos; e que os deputados da nação façam o favor de aprovar o novo código de trabalho”.

Em resposta, o Ministro da Presidência e do Conselho de Ministros, Mamadu Serifo Djaguite, reconheceu que não será fácil responder às exigências.

“Não será fácil responder as exigências e garanto-vos que este Governo fará tudo para atender às vossas reivindicações, na medida de possível, para melhorar a vida dos servidores públicos”, disse Djaguite. “O atual executivo não vê o pagamento de salários como um objetivo último, pois ele é apenas a obrigação para cumprir em tempo e hora”.

Disparidade salarial

Mas o sindicalista Luís Nancassa receia que a afirmação de Djaguite não passe de promessa, porque eles pagam salário ao Presidente da República e ao Primeiro-ministro num valor superior ao de Presidente os Estados Unidos”.

Nancassa questiona: “Onde é que vão sair com o dinheiro para pagar os servidores públicos, para que estes possam gozar de uma vida melhor”.

Outros sindicalistas questionam a disparidade salarial no país, onde o salário mínimo é equivalente a 100 dólares americanos, enquanto o Presidente da República ganha cem mil dólares mensal e o Primeiro-ministro recebe mensal sessenta mil dólares.

O Dia dos Mártires de Pindjiguiti recorda o massacre, pela polícia colonial portuguesa, de trabalhadores guineenses, que reivindicavam melhor salário, em 1959.

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