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A incógnita dos ataques em Moçambique em tempo de campanha eleitoral


Ninguém assume os ataques
Ninguém assume os ataques

Os ataques armados registados nos últimos dias em algumas províncias do centro e norte de Moçambique poderão afectar a tranquilidade das pessoas, quer durante a presente campanha eleitoral, quer na hora de ir à votação, dizem alguns analistas.

Esta semana, a Televisão de Moçambique (TVM), mostrou imagens de um autocarro de passageiros atacado por homens munidos de armas AK 47, em Malema, na província nortenha de Nampula.

A Rádio Moçambique noticiou também que homens munidos de armas de fogo assaltaram um comerciante do distrito de Gorongosa, na província de Sofala, centro de Moçambique.

Na segunda-feira, 16, a casa da mãe do edil de Quelimane e candidato da Renamo a governador da província da Zambézia, Manuel Araújo, foi incendiada e hoje um ataque contra dois camiões deixou quatro feridos na província de Manica.

O analista Calton Cadeado diz que até agora, tudo indica que se trata de puro acto de banditismo ou de crime de delito comum, sublinhando, no entanto, ser cedo para se ter todos os dados que indiquem, com clareza, o que se está a passar.

Cadeado afirma, entretanto, que se for um crime de delito comum, não perturba o processo eleitoral, "mas se for um crime de cariz político, está visto que isso pode perturbar o processo na essência, porque estamos a construir, neste momento, umas eleições sem homens armados, sem violência".

Há quem pretenda responsabilizar a Renamo ou a Junta Militar da Renamo por estes ataques, mas Calton Cadeado discorda, porque até agora, a Renamo tem mostrado uma certa aliança com o Governo em termos de manutenção da paz, de tal forma que não há nenhum disparo cuja autoria tenha sido atribuido à Renamo".

Para aquele analista, "fica difícil dizer que a Renamo quer perturbar este processo, atribuir à Junta Militar da Renamo também é difícil porque a própria junta já veio a público negar a autoria destes actos de violência, pelo que seria forçado associar quer a Renamo, quer a Junta Militar, a esta situação".

O professor Carlos Salvador, por seu lado, diz que os ataques vão desencoajar as pessoas, sobretudo as mulheres, de irem votar, porque do ponto de vista psicológico, “isso afecta a tranquildade das pessoas”, sobretudo se os actos de violência acontecerem no dia da votação.

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