João Lourenço iniciou a sua carreira política ao serviço do MPLA em 1974 quando tinha apenas 20 anos.
Nesse ano junta-se ao Centro de Instrução Revolucionária em Ponta Negra uma das bases do MPLA para operações, disse o economista e professor universitário angolano Jonuel Gonçalves.
Gonçalves fez notar assim que Lourenço se juntou ao MPLA já depois do golpe de estado em Portugal de 25 de Abril de 1974 que abriu as portas ao fim da guerra da independência.
O pai de João Lourenço, disse o professor, foi preso político e isso poderá ter influenciado a sua decisão de se juntar ao MPLA.
Inicialmente João Lourenço esteve integrado em operações militares, incluindo em Cabinda quando forças do antigo Zaire tentaram entrar na área em apoio á FNLA.
“Depois teve uma participação muito importante numa província que foi crucial na guerra pós independência, nomeadamente o Kwanza Sul”, disse.
Posteriormente foi enviado para a União Soviética de onde regressou com um curso universitário em história.
A sua ascensão política continuou com, “ duas experiências importantes em termos de experiencia governativa com as suas nomeações para governador de Benguela e do Moxico”.
Isto permitiu-lhe ter um conhecimento das realidades governativas fora de Luanda.
No que diz respeito à chamada “travessia do deserto” de João Lourenço em que este foi afastado de posições permanecendo apenas como parlamentar, Jonuel Gonçalves disse que João Lourenço nunca falou sobre isso.
“O único que pode confirmar o desmentir isso é o próprio João Lourenço que não tem querido falar sobre essa fase”, disse.
Ouça a entrevista aqui