Segundo a Comissão de Controle Internacional de Narcóticos, o ano passado foi particularmente preocupante para os que se preocupam com a produção e tráfico de drogas em África.
O representante regional do Departamento da ONU para as Drogas e Crime, Carsten Hyttel, explica.
“África, em particular Marrocos, é uma fonte importante fonte da marijuana que se encontra nos mercados ilícitos da região. O narcotráfico também aumentou. No ano de 2004 registaram-se apreensões em número recorde de cocaína na África Ocidental -- 600 quilos apreendidos no Gana, 450 quilos ao largo da costa do Togo, e 200 quilos apreendidos pelas autoridades de Cabo Verde. O uso de drogas está também a aumentar. O facto de estar também a aumentar o uso da heroína em países da África Oriental e Austral poderá ter graves consequências para o alastramento do HIV/SIDA.
Palavras de Carsten Hyttel da Comissão Internacional de Controle dos Narcóticos, que divulgou esta quarta-feira o relatório anual sob o lema para a redução do fornecimento e procura de drogas em todo o mundo.
Segundo o relatório, 60% do haxixe apreendido tem origem em Marrocos.
Nas Cômoros, Etiópia, Madagáscar, Uganda e Tanzânia, a marijuana constitui um significante produto comercial, com as áreas de cultivo a aumentarem quando se regista uma descida dos preços dos produtos agrícolas.
Enquanto isso, acrescenta o relatório, os narco- traficantes levam as suas operações para a costa ocidental de África para evitar as medidas de vigilância em vigor em Espanha e Portugal.
A heroína continua a entrar nas zonas ocidental e oriental de África vinda da Ásia, criando centros regionais de narcotráfico. A Costa do Marfim, o Quénia, as Maurícias, Marrocos, Moçambique, África do Sul e Tanzânia registaram aumento no uso da heroína.
Hyttel da comissão internacional de controlo dos narcóticos diz que os governos africanos por si sós não conseguem enfrentar o problema da droga.
“A comissão internacional de controlo de narcóticos apela aos governos africanos para darem uma maior prioridade ao combate ao problema da droga nos seus países, e apela à comunidade internacional para fornecer a assistência e o apoio apropriados aos estados na região. Os países africanos têm capacidade institucional e técnica limitadas para enfrentar a questão do uso das drogas de forma alargada, e isto tem um efeito negativo na implementação das estratégias de controlo das drogas.
Palavras de Carstel Hyttel da comissão internacional do controlo de narcóticos.
Existem três tratados internacionais de controlo de drogas para lidar com o problema das drogas.
Angola e a Guiné Equatorial são os únicos países africanos que ainda não assinaram estes tratados. Diversos outros países -- incluindo o Chade, a Libéria, República Democrática do Congo, Gabão, Libéria, Namíbia e Somália -- encontram-se em fase de adesão a uma ou mais de estas convenções.