Um empresário cristão que já foi raptado pelo grupo que se identifica com os fundamentalistas islâmicos do Afeganistão, considera possível que a situcao se venha a repetir ...
"Falando em Hausa, Ali Dangwa recorda que tinha regressado de uma viagem aos Camarões, quando foi raptado a mão armada por indivíduos que vestiam uniformes da policia roubados."
Os indivíduos indicaram-lhe que se deveria juntar na luta pelos pobres, algo que não o impressionou.
Dangwa recorda que os assaltos que se seguiram, aldeia após aldeia, destruindo lojas, roubando cabras e invadindo uma igreja onde os radicais beberam agua de uma bandeja de oferendas.
Dangwa acabaria por ser libertado ileso, referindo que três outros indivíduos com o grupo se cruzou foram abatidos a tiro. Em áreas próximas, os radicais abateram agentes da policia, incendiaram edifícios governamentais e roubaram armas, bem como uma viatura tipo jeep onde escreveram a palavra TALEBAN.
O ano passado e após varias incursões no estados do nordeste de Borno e de Yobe, as forças de segurança mataram vários elementos, detiveram dezenas enquanto outros foram forçados a fugir para os Camarões e o Niger.
O comissário da policia de Borno sustenta que os radicais foram eliminados com ajuda prestada pelo exercito as forcas policiais.
Todavia um pastor Zachary Jwanse, de Limankara, uma das aldeias assaltadas, refere que os raptos continuam, recordando como uma família crista foi vitimada.
Os dirigentes cristãos indicam que alguns radicais se reagruparam nas montanhas tendo instalado campos de treino nas zonas de fronteira. Sustentam que vão prosseguir com os ataques, tentando converter aqueles com que se cruzam ao Islão.
Grupos de vigilantes cristãos armados instalaram barreiras para protecção de Limankara, tendo o jornalista Gilbert da Costa que visitou recentemente a área referido parecer ser real a ameaça de novos ataques.
"Algumas pessoas indicaram ter sido interceptados indivíduos suspeitos de serem Taleban, existindo a sensação na aldeia de que a sombra dos Taleban paira sobre a localidade e ate mesmo sobre o estado."
Uma dezena de estados da Nigéria instalou a lei islâmica Sharia, embora os radicais tenham sido citados como tendo sido bem aplicada.
Alguns dos rebeldes que foram capturados desmentem terem recebido apoio do estrangeiro, o mesmo acontecendo com grupos locais islâmicos de caridade, que sublinham estar a tentar espalhar o Islão ... sem violência.
A maioria dos dirigentes Taleban capturados são antigos estudantes universitários de Maiduguri, falando muitas das línguas da Nigéria, indicação que sejam provenientes de todo o país.
No entanto um professor islâmico de sociologia que tem estudado o movimento, adianta que ainda não conseguiram atrair muitos muçulmanos.
Este especialista sustenta ser necessário para a região mais treino vocacional, pois com a entrada da lei Sharia existem menos diversões para os jovens, tornando-os vulneráveis ao extremismo.
Ate ao momento as incursões não tem levado ao aumento das tensões entre a maioria muçulmana e os cristãos, sendo de registar que em outras áreas do norte ocorreram recentemente confrontos entre xiitas e sunitas muçulmanos.
A região e conhecida igualmente pelo trafego de armas provenientes dos conflitos no Chade e de soldados nigerianos que regressam de operações de manutenção da paz.
As Nações Unidas alertaram recentemente para o facto do grupo terrorista al-Qaida possuir bases de treino em zonas pouco policiadas de África, incluindo a Nigéria, onde os Taleban locais podem ser os primeiros recrutados.