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Trabalho faseado com os aliados africanos


O comandante da missão, o coronel dos marines, Barry Cronin, falou à Voz da América, quando o navio de guerra americano “Emory S. Land”, entrava em águas africanas, depois de deixar Espanha na semana passada.

“Esta visita por parte do navio de guerra Land é parte de um processo de trabalho faseado com os nossos aliados africanos, no seu esforço para estabilizar por eles mesmos a segurança marítima regional.

Cerca de 20 oficiais da marinha da África Ocidental encontram-se a bordo, bem como mil e 400 marinheiros e marines.

Nas próximas seis semanas, o navio fará paragens no Gana, Camarões e Gabão.

O vice-comandante das forças americanas na África Ocidental, o general da Força Aérea Charles Wald, disse que os militares americanos não tencionam manter navios parados permanentemente na região, e que devem ser os países oeste africanos a defenderem as suas águas.

Para ajudar neste processo, o coronel Cronin diz que o treino terá lugar a bordo do navio americano, enquanto se desloca para sul.

“Este barco é de logística e de apoio. É capaz de fazer todo o tipo de reparações. Uma das áreas em que poderemos ajudar, penso eu, é no desenvolvimento de uma liderança, algo de que nos orgulhamos dentro das forças armadas dos Estados Unidos, e algo em que eles também estão interessados.

Palavras do coronel Cronin.

Os países do Golfo da Guiné não possuem marinhas eficazes em águas profundas, e alguns deles, como a Nigéria, fazem face a um crescente banditismo e nível de violência relacionado com a produção petrolífera. o general Wald disse que os países da região precisam de melhorar a segurança da navegação e proteger as condutas petrolíferas e plataformas petrolíferas ao largo das costas, por forma a evitar ataques.

Num desenvolvimento separado, os Estados Unidos estão a fornecer à marinha nigeriana 15 barcos patrulha, o que deixa satisfeito o porta-voz da marinha da Nigéria, o capitão Sinebi Hungiapuko.

“Acreditamos que estes barcos resolvem os nosso problemas. E que estão preparados para nos assistir, especialmente contra a pirataria e para pôr cobro a actividades clandestinas.

Para o porta-voz da marinha nigeriana, os novos barcos patrulha serão usados em operações contra o roubo de petróleo em bruto nas águas profundas e nas fissuras do Delta do Niger.

Mas um analista de segurança e petróleo sediado em Londres, Olly Owen, diz que os Estados Unidos deveriam ter cuidado na ajuda que concedem à marinha nigeriana, porque as instituições nigerianas continuam a ser extremamente corruptas. Três oficiais navais nigerianos foram recentemente apresentados em tribunal marcial por alegado envolvimento no desaparecimento de um petroleiro, apresado por negociar clandestinamente 11 mil barris de petróleo bruto.

“A marinha sendo a instituição a quem é dada a tarefa de resolver esta actividade criminal lucrativa, será inevitável que algumas pessoas (dessa instituição) se deixem tentar. Será, contudo, esta uma razão para que os Estados Unidos não os ajudem? Talvez, não seja razão suficiente. Talvez, se os Estados Unidos estão convencidos que a ajuda que concedem não será desperdiçada, então talvez haja algum valor em ajudar a marinha nigeriana.

Palavras do analista Olly Owen.

O general Wald disse em tempos que o objectivo da cooperação é também o de proteger as instalações petrolíferas contra possíveis ataques terroristas.

Layi Abegurin, um professor universitário nigeriano, que se dedica às relações entre os Estados Unidos e África, diz que para haja esta cooperação, ter-se-à que dar mais destaque à diplomacia e ao desenvolvimento. Diz ele que uma situação em que existe uma força militar forte e contínua pobreza em áreas ricas em petróleo apenas pode incitar ao terrorismo.

“Estão a criar mais inimigos. Deveriam trabalhar através de meios económicos, através da diplomacia, não da força. Temos que trabalhar em cooperação através dos meios diplomáticos, darem incentivos económicos às pessoas. Se houver um incentivo económico, se houver onde as pessoas vão buscar o seu ganha pão diário, onde arranjem dinheiro para alimentar as suas famílias, muitos deles não irão recorrer ao terrorismo.”

As importações petrolíferas americanas com origem na África Ocidental são já na ordem dos 14 por cento, volume que pode aumentar com a exploração de novos campos de petróleo na Nigéria, Guiné Equatorial, Mauritânia e Chade, e possivelmente no arquipélago de São Tomé e Príncipe.

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