Representantes do Departamento de Estado contestaram informações veículadas pelos órgãos de comunicação social segundo as quais a Indonésia teria estabelecido um prazo limite rígido para a saída do país das organizações internacionais de ajuda. Mas, aquelas mesmas fontes adiantaram que os EUA não tencionam manter as operações militares que estão a ser particularmente caras por mais tempo do que for absolutamente necessário.
No início desta semana, o conselho de ministro da Indonésia estabeleceu a data de 26 de Março, três meses depois do maremoto, como data limite para o país assumir o controlo das operações de ajuda humanitária até agora nas mãos de grupo internacionais e forças militares estrangeiras.
O vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, disse entretanto que as tropas estrangeiras não podem permanecer por mais de três meses e melhor será que saiam do país antes desse prazo.
No entanto, o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, adiantou que diplomatas americanos falaram subsequentemente tanto com o vice-presidente Kalla como com o presidente Susilo Yudhyono que lhes forneceram uma leitura diferente da situação.
Boucher disse a jornalistas que três meses é uma data estimada relativamente à presença necessária das forças americanas e outras, mas que a indonésia não está a dizer-lhes para regressarem a casa.
”O esforço de ajuda vai continuar por muito tempo. O comunicado da Indonésia refere cerca de três meses, dizem-nos eles, mas é apenas uma estimativa de quanto tempo será necessário para concretizar esta operação. Não temos qualquer desejo de prolongar quaisquer operações militares. Estamos a avaliar para saber quanto tempo irá levar para que as estradas possam voltar ser abertas ao trânsito, quando é que as operações civis estejam em pleno e quando é que a entrega de abastecimentos poderá ser feito através de operações civis. Mas, de momento, tudo indica que os helicópteros militares são a melhor forma de levar alimentos às populações de que elas necessitam.”
Boucher afirma que as declarações da Indonésia feitas no início da semana terão sido mal interpretadas e que o governo de Djacarta reconhece que os EUA e as outras forças estrangeiras continuam a fornecer uma ajuda essencial.
Os EUA e pelo menos nove outros países enviaram contingentes das suas FA para a região para fornecer ajuda de emergência. Helicópteros do porta-aviões Abraham Lincoln tem estado a transportar comida e água para locais remotos ao logo da costa da Ilha de Sumatra enquanto que marines têm estado a apoiar no terreno as operações de ajuda de emergência nas localidades mais duramente fustigadas na província de Aceh.
Os líderes da Indonésia, em todo o seu espectro partidário expressaram gratidão pela ajuda estrangeira. No entanto, partidos políticos muçulmanos e seculares manifestaram preocupações acerca da interferência nos assuntos internos da Indonésia, especialmente em Aceh, onde o governo tem vindo a combater forças separatistas.
os EUA saudaram uma declaração de cessar fogo por parte dos rebeldes de Aceh para facilitar a entrega de ajuda de emergência . Washington disse também ter esperanças de que esta possa ser uma oportunidade para iniciar conversações de paz.