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Adiar a imposição de sanções  - 2005-01-12


Antes de deixar hoje Yamoussoukro, a capital administrativa da Costa do Marfim, Mbeki viu os restos de um dos aviões militares marfinenses destruídos pelas forças de manutenção de paz francesas em Novembro.

A França levou a cabo um ataque de retaliação depois da força aérea marfinense ter morto nove soldados franceses na parte norte da Costa do Marfim controlada pelos rebeldes. O presidente Gbagbo classificou a reacção de excessiva e acusou a França de impedir o desarmamento dos rebeldes.

Durante uma reunião do governo de unidade nacional que Mbeki assistiu na terça-feira, pediu as autoridades francesas para serem mais peremptórias em ajudar o processo de paz.

Depois do presidente sul-africano ter deixado o pais, o porta-voz do governo marfinense Hubert Oulaye disse que a União Africana vai enviar brevemente um novo delegado a tempo inteiro para complementar os esforços de Mbeki.

O governo da Costa do Marfim aplaudiu também o recente comunicado da União Africana pedindo as Nações Unidas para adiar a imposição de sanções contra aqueles descobertos a bloquear o processo de paz.

Os rebeldes boicotaram a reunião, citando para tal insuficiente segurança no sul do pais controlado pelo governo. Disseram também pensar que a reunião seria realizada hoje como estava inicialmente prevista.

Mabri Troikeuse, um ministro por parte da oposição, expressou o seu desapontamento afirmando que a paz e uma tarefa muito difícil e que todas as partes devem desempenhar a sua parte.

Os rebeldes e a oposição haviam ficado irritados por um comunicado da cimeira da União Africana esta semana dizendo que um referendo sobre o artigo 35 do bloqueado acordo de paz de 2003 era uma opção viável.

Falando a jornalistas no bastião rebelde de Bouake, o porta-voz dos rebeldes, Sidiki Konate, disse que isso era um passo atras no processo de paz. O artigo 35 facilita os requisitos para a elegibilidade dos candidatos a Presidência da Republica e foi a causa principal do inicio da guerra civil na Costa do Marfim.

Caso seja aprovado pelo parlamento da Costa do Marfim por uma margem de dois terços, o artigo 35 pode abrir caminho para o popular líder da oposição Alassane Ouattara concorrer às eleições presidenciais em Outubro. O antigo primeiro-ministro marfinense foi impedido de concorrer em eleições anteriores pelo facto de ser filho de pais nao-marfinenses.

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