Os partidos da oposição apresentaram no parlamento três moções de não confiança contra o governo, todas criticando a actividade económica do executivo. Embora a oposição tenha ganho duas das moções não conseguiu alcançar os 61 votos necessários para a adopção de uma moção de censura e o derrube do governo.
O partido Likud de Sharon, e os parceiros da coligação Shinui votaram contra as moções tendo o pequeno partido de esquerda Yahad abstido, permitindo ao primeiro ministro sobreviver.
Yahad referiu que os seus membros apoiam o plano de Sharon de retirada dos militares e dos colonos da Faixa de Gaza, por isso não desejando ajudar ao derrube do governo.
O partido Trabalhista, na oposição, que apoia igualmente o plano de retirada de Gaza, mas os seus membros votaram a favor das moções de não confiança.
Os trabalhistas indicaram não ter outra hipótese após o relatório do Instituto Nacional de Seguros ter revelado que, em 2003, vinte e dois por cento dos israelitas vivem abaixo da linha de pobreza. A oposição responsabiliza as políticas governamentais e as reduções nos gastos sociais e benefícios para o aumento do índice de pobreza.
Um membro do Partido Trabalhista no Knesset afirmou que "face aos dados da semana passada sobre o aumento do fosso de pobreza e de nível social não podíamos ficar indiferentes. Tínhamos de adoptar uma posição, e esta foi a forma escolhida..."
Ao mesmo tempo, o Partido Trabalhista, pondera a eventualidade de aderir a uma nova coligação com Sharon ... se o primeiro ministro decidir remodelar o seu governo.
E esta poderá ser uma realidade dentro em breve. Sharon tem governado desde há meses com uma coligação minoritária, devido a abandonos sobre o plano de retirada de Gaza. Ate aqui o Partido Trabalhista tem constituído assim se pode dizer como sendo a rede de segurança para o primeiro ministro votando ao lado do Likud.
A fim de reforçar o apoio parlamentar, Sharon tem tentado aliciar duas pequenas formações religiosas oferecendo-lhes o aumento de fundos, por troca com o seu apoio.
Esta atitude enfureceu os seus colegas de coligação no seio do partido Shinui que ameaça votar contra o orçamento para 2005 quando for apresentado no parlamento.
O primeiro ministro respondeu ameaçando demitir todos os que venham a votar contra o orçamento. Se o Shinui for expulso, Sharon terá necessidade de procurar uma nova coligação.
Se o Knesset não aprovar o orçamento de 2005 ate finais de Marco, o governo de Sharon será automaticamente derrubado, abrindo caminho a eleições antecipadas, e o plano de retirada de Gaza será suspenso indefinidamente.