As primeiras horas de 19 de Setembro de 2002, os arredores da cidade de Abijan, a capital comercial da Costa do Marfim, começaram a ser atacados por elementos rebeldes.
Facções do exercito tinham se separado, alvejando instituições militares e residências de membros do governo localizadas ao redor da cidade. Os rebeldes estavam fortemente armados, mas as forças governamentais conseguiram prevalecer, pelo menos em Abijan, e ainda outras áreas do sul. Quando os combates terminaram, os rebeldes controlavam o norte e o ocidente, e agora, dois anos mais tarde, o pais permanece dividido.
O acordo de paz patrocinado pela Franca, assinado em Janeiro de 2003 lançou as bases para um governo de unidade nacional, abrindo o caminho para a paz e a reunificação. Todavia, em grande medida o acordo não foi aplicado. Um novo acordo de paz assinado, no Ghana, em Julho, por todas os principais dirigentes políticos e das forcas rebeldes, encontra-se igualmente com problemas.
Embora o governo de unidade nacional tenha voltado a reunir, uma data não foi cumprida para resolver uma das questões essenciais – a questão dos direitos de nacionalidade dos habitantes da zona norte. O porta voz dos rebeldes Novas Forcas, Sidiki Konate, destaca que a questão deve ser resolvida antes da aplicação de outros aspectos do acordo de paz, incluindo o desarmamento previsto para ter inicio a 15 de Outubro próximo.
“Primeiro, uma questão de identificação, temos de encontrar uma solução para o problema da nacionalidade. Acordamos com as Novas Forças o desarmamento, mas não podemos avançar com o desarmamento se não forem resolvidos aqueles problemas. Se vamos desmobilizar um soldado temos de lhe dar uma identidade, um bilhete de identidade."
Uma vez resolvida a cidadania dos nortenhos, a questão seguinte e a da elegibilidade para a presidência.
Presentemente a constituição apenas permite que apenas os indivíduos que tenham pai e mãe, que sejam costa marfinenses, possam concorrer à presidência.
Os habitantes do norte desejam que este principio seja alterado por forma a apenas seja necessário que um dos pais seja marfinense. Requisitos de nacionalidade têm sido utilizados para impedir que políticos da oposição concorram à presidência.
Um estudante universitário não se manifesta optimista sobre a serie de acordo de paz, ou as perspectivas de ser posto termo ao conflito na Costa do Marfim.
A região norte encontra-se privada do apoio governamental e muito dos sistemas sociais encontram-se deteriorados.
A presidente da coligação das mulheres refere que as populações do sul controlado pelo governo duvidam quanto ao impasse político que tem afectado o país, sublinhando que os políticos devem respeitar os compromissos assumidos para com o processo de paz.
Apesar do cansaço de batalha, muitos apoiantes das duas partes permanecem leais as suas posições.
O representante da ONU na Costa do Marfim, Alan Doss, manifesta esperança na aplicação do ultimo acordo de paz, e que a ONU prepara-se para assistir no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração .