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Esforços para acabar com a crescente corrupção oficial - 2004-07-22


Durante meses, diplomatas de países, que fornecem a maior parte dos fundos para o desenvolvimento do Quénia, disseram ter tentado persuadir o presidente Kibaki a intensificar rapidamente esforços para acabar com a crescente corrupção oficial no seu governo.

Mas as suas frustrações sobre a falta de progressos explodiram ao máximo em Junho quando, quando os detalhes do ultimo negocio de corrupção foram revelados por um membro do partido da oposição. O escândalo envolvia pelo menos quatro altos funcionários governamentais, que assinaram um acordo de perto de 40 milhões de dólares para adquirir passaportes e equipamentos para os serviços de imigração do pais através de uma misteriosa empresa de fachada.

O projecto caiu e os quatro funcionários foram suspensos. Mas o homem que muitas pessoas pensam que devia ser responsabilizado pelo escândalo, o ministro das Finanças, David Mwiraria, não foi repreendido.

O embaixador dos Estados Unidos no Quénia, William Bellamy, afirmou que os Estados Unidos estão profundamente desapontados pela aparente relutância do governo de tomar passos concretos para acabar com a corrupção oficial. O embaixador Bellamy nota que a maioria dos investimentos e ajuda estrangeira, que foi interrompida durante os últimos três anos do regime corrupto de Daniel Arap Moi, recomeçou apenas depois de Kibaki ter prometido desencadear uma guerra sem quartel contra a corrupção.

“Para ser honesto, a transição critica não vai tão bem como se esperava. Infelizmente, as revelações nas recentes semanas e a reccao do governo a essas revelações ensombraram as promessas da administração Kibaki de combater a corrupção. De facto, muito trabalho continua por fazer. A pergunta que todos nos fazemos agora e se ainda existe vontade para fazer isso.”

No dia 5 de Julho, os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão avisaram o Quénia de que poderia perder os financiamentos devido à continuação da corrupção. Mas o governo queniano recebeu o mais chocante aviso na semana passada do Alto Comissário Britânico para o Quénia, Edward Clay.

Durante um discurso à porta fechada a investidores britânicos em Nairobi,o embaixador Clay disse que funcionários do governo queniano tinham, nas suas palavras, a arrogância, cobiça e talvez um sentido desesperado de pânico para comerem como glutões, estimando que a corrupção oficial sob o governo de Kibaki custou ate agora ao pais perto de 200 milhões em receitas perdidas.

O diplomata britânico acrescentou que os países doadores não irão provavelmente dar mais dinheiro ao governo queniano, ate que um sistema de gestão financeira credível seja implementado.

Isso poderá constituir um serio revés para o Quénia, que enfrenta uma insuficiência de 10 mil milhões de dólares nos orçamentos gerais do estado para este ano e 2005.

E os doadores não são os únicos que se sentem desiludidos com o governo queniano. O empresário queniano Muchiri Ndegwa, de 24 anos, disse que o escândalo devastou quenianos como ele, que votaram em Kibaki na ideia de que o seu governo era sincero na sua promessa de limpar a corrupção.

“Estamos desapontados como quenianos ao saber que pessoas no nosso actual governo são corruptas. Tínhamos uma enorme esperança e confiança nestas pessoas.”

O presidente Kibaki rejeita veementemente as acusações de que não esta a fazer o suficiente para cumprir a sua promessa de combater a corrupção.

“A campanha anti-corrupcao continua a ganhar energia. Nomeei recentemente um comité anti-corrupcao para fazer anúncios públicos e campanhas contra a corrupção. O comité garantira que os quenianos se mobilizem para rejeitar a corrupção em todas as suas manifestações. Para alem disso, uma serie de casos de corrupção foram condenados pelos nossos tribunais.”

Mas a porta-voz em Nairobi do grupo Transparência Internacional, Gladwell Otieno, disse acreditar ser legitimo os doadores interrogarem-se sobre os esforços de reforma de Kibaki e repensarem a sua política para com o Quénia.

“No ano passado, muito foi feito em termos de criar instituições e mecanismos. Mas agora essas coisas teemd e andar para a frente. Tem de começar a trabalhar e estamos preocupados porque essas coisas parece terem parado, particularmente no que diz respeito à corrupção de alto nível. Penso que o pessimismo e causado por uma falta de uma liderança clara. As pessoas precisam ter sinais claros do que eh que o governo tenciona fazer, qualquer a estratégia, quais os planos e não só apenas uma questão de intenção. E também uma questão de acção.”

A inacção do governo queniano fez também diminuir a confiança no mundo empresarial internacional. Na sondagem da Transparência Internacional em 2003 sobre as percepções dos investidores na corrupção, o Quénia aparece no centésimo vigesimo-segundo lugar de uma lista de 113 países.

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