O grupo Crise Internacional alertou para a possibilidade da ocorrência de caos político na Costa do Marfim, poder degenerar num conflito armado e alastrar pela região a menos que a comunidade internacional ajude a por termo a crise política.
O relatório apresenta a Costa do Marfim como constituindo um santuário para grupos de criminosos que estão a ficar ricos ao conduzir o país a seu belo prazer.
O relatório e profundamente critico dos dirigentes políticos marfinenses pela incapacidade de fazerem aplicar o acordo de paz que já tem dezoito meses de existência.
Um analista do grupo Crise Internacional, Stephen Ellis, vai mais longe acusando os dirigentes marfinenses de estarem a lucrar com a crise política.
“Eles necessitam de cumprir o acordo de paz, e não o fazem, e uma das razoes por que não o fazem reside no facto de muitos dos políticos chave estarem realmente a obter dinheiro da situação actual. Os políticos estão mais Um analista do grupo Crise Internacional, Stephen Ellis, vai mais longe acusando os dirigentes marfinenses de estarem a lucrar com a crise política”.
O relatório sustenta que a incerteza política na Costa do Marfim se tornou altamente lucrativa praticamente para todos, com excepção das populações. Sublinha que a elite política, as forças de segurança e as milícias de todos quadrantes políticos, criaram redes de criminosos que retiram dinheiro dos cofres do Estado, do comércio de cacau, das operações portuárias e dos postos de controle dos militares.
Os apoiantes do governo exigem o desarmamento dos rebeldes, conhecidos por Novas Forças, que controlam a metade norte do território, mas Ellis considera que o governo deve manifestar – se a favor da aplicação do acordo de paz.
Um porta voz presidencial, Sery Bahi, sustenta que a identidade nacional exigida pelos nortenhos está a ser aplicada.
“As coisas têm avançado no que diz respeito ao acordo de paz e o ministro da Justiça vai ao parlamento para debater a questão da identidade, de quem direito a nacionalidade marfinense . As coisas avançam, talvez não tão rapidamente quanto seria desejável mas estão a avançar...”
O relatório aborda igualmente o desarmamento de mais de 100 militantes pró-governamentais, conhecidos por Jovens Patriotas, com Bahi a sustentar que os jovens não se encontram armados.
A terceira ronda das conversações de paz para a Costa do Marfim esta marcada para decorrer, a 29 do corrente mês, na capital do Ghana.