A oposição parlamentar angolana deu a conhecer em Luanda que a última declaração do Bureau Político do MPLA não é suficiente para que ela reconsidere a sua decisão de se retirar da Comissão Constitucional.
O secretário para os Assuntos Parlamentares da Frente para Democracia (FpD), Filomeno Vieira Lopes, declarou à Voz da América que a atitude da oposição parlamentar é firme e que ela faz parte do “direito à resistência civil” do povo cujo direito de votar está a ser violado“.
Para o dirigente da oposição o processo eleitoral está atrasado por interesse da estratégia do partido no poder e não da oposição.
“Quando o MPLA vem dizer que é preciso acelerar este processo significa que está a reconhecer que não tem tomado as medidas adequadas. O posicionamento da oposição é firme. É simples de resolver, se o poder político tiver vontade. Basta que oiça os partidos políticos, que seja nomeado o conselho nacional eleitoral, que nunca devia ser extinto,... as coisas retomam o seu devido lugar”.
Os dirigentes da FpD, sugerem que o período de graça dado ao governo por causa da guerra terminou pelo que o povo pode optar pelo direito à resistência civil como forma de garantir que o seu direito de votar não seja violado.
“Em Angola as pessoas não votam há mais de 11 anos. Isto é uma violação de um direito. Quando estamos numa situação de violação de um direito há também o chamado direito à resistência civil para que se possa repor este mesmo direito”.
Na declaração publicada esta terça-feira o BP do MPLA defende que os órgãos do Estado emprestem maior celeridade ao processo eleitoral sugerindo a participação no mesmo das forças vivas do país.
O partido no poder em Angola considera fundamental que o diálogo seja feito dentro das instituições competentes. (VR)