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Transparência e boa-governação - 2004-06-10


A questão da transparência e boa-governação que tem sido mediatizada nos últimos tempos foi também analisada no segundo dia dos trabalhos da “Conferencia sobre os desafios da Democracia”, organizada pela Open Society.

Dado importante a reter é que os cidadãos devem assumir um compromisso com a nação que é ao mesmo tempo encarado como o garante do seu contributo à transparência em Angola.

Para que a transparência seja um facto, é preciso que nos principais núcleos da sociedade angolana, com particular incidência nos partidos políticos, se abram espaços de debate democrático e transparente das ideais, para evitar que os detentores do poder privatizem o Estado.

Contrariando opiniões que não reconhecem utilidade alguma neste tipo de eventos, o organizador da conferencia apoiada pela Open Society, Rafael Marques, defende o contrário e nota mesmo que as principais sensibilidades da sociedade angolana são aí representadas com frequência e transmitem as suas ideais.

“O fundamental foi aqui exprimido através de um exercício eleitoral e as pessoas não querem os condicionalismos impostos pela aprovação da constituição como base para a marcação da data das próximas eleições. As pessoas foram bem claras ontem que querem primeiro a realização das eleições e a aprovação de uma nova constituição por uma assembleia legítima”.

Rafael Marques referiu-se ao que chamou uma mudança na atitude do MPLA em relação ao debate com os demais sectores da sociedade angolana.

“O grande problema quando se fala das instituições do Estado é um problema de diálogo. Já começam a haver alguns sinais como o facto do MPLA participar nestes encontros o que é positivo. Mas devo dizer que como são posições tomadas publicamente com a maior transparência possível as autoridades governamentais as acompanham e tomarão em boa conta. A resposta do BP do MPLA já é um passo nesse sentido, mostrando que de facto está a interagir à sua maneira com aquilo que a sociedade está a exigir”.

Em comunicado tornado público esta terça-feira, o partido no poder exortou as instituições do Estado a trabalharem com a maior celeridade possível na preparação das próximas eleições.

A Open Society vem divulgando pelo país, desde Abril último, uma denominada “Campanha por uma Angola Democrática” que tem servido para medir o desejo da população debater abertamente os assuntos que dizem respeito ao país e a necessidade de realizar as próximas eleições já em 2005.(EM)

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