A oposição política decidiu passar a ofensiva diplomática no quadro das pressões sobre o Presidente José Eduardo dos Santos no sentido deste marcar a data das próximas eleições gerais e presidenciais.
Insatisfeitos com o silêncio de Eduardo dos Santos em relação a data exacta das eleições, os líderes dos partidos políticos com assento parlamentar recorreram esta quinta-feira aos embaixadores dos países membros da União Europeia com os quais abordaram o assunto.
O encontro realizou-se na residência do embaixador holandês, cujo país ocupa a presidência da Comissão Europeia.
Durante a reunião, a oposição reiterou a ideia da realização das eleições em 2005, a aprovação da legislação eleitoral e a necessidade urgente de se criar a comissão eleitoral independente.
O porta-voz do encontro, Alexandre Sebastião disse não fazer sentido que mais de dois anos depois do fim da guerra não se defina a data exacta das eleições.
“É uma espécie de diplomacia “ad-hoc” que nós partidos da oposição estamos a fazer para que os senhores embaixadores tenham a percepção real do que de facto está a acontecer no nosso país”-enfatizou.
Na mesma perspectiva, a oposição promete realizar outros encontros com estudantes e professores universitários, além de outros sectores da sociedade civil.
“Os embaixadores escutaram-nos e certamente ficaram melhor esclarecidos. Nós queríamos que ouvisse directamente da oposição sobre o que se passa em Angola”- acrescentou.
O embaixador holandês, Robert Brinks, evitou fazer quaisquer declarações a imprensa, sob pretexto de não querer levantar mais celeuma. Espera, no entanto, que para o aprofundamento da democracia, o MPLA e a oposição se entendam
A questão das eleições está na base da crise que, há mais de três semanas se instalou na Comissão Constitucional, órgão criado para elaborar a futura Constituição.
A oposição afirma que não voltará à Comissão Constitucional, até que o Presidente da Republica inicie consultas com os partidos políticos com vista a marcação da data das eleições. D.P