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Terceiro presidente do Malawi - 2004-05-24


Diversos dirigentes africanos estiveram presentes na cerimónia de tomada de posse de Bingu wa Mutharika, que assim se tornou no terceiro presidente do Malawi. Ele era o sucessor escolhido de Bakili Muluzi, que a constituição impedia de concorrer a um terceiro mandato.

Mas diversos bairros pobres, em redor de Blantyre, viveram domingo actos de violência, depois da Comissão Eleitoral malawiana ter declarado Mutharika o vencedor. Mutharika arrecadou 35 por cento dos votos, enquanto os seus mais directos rivais receberam 27 e 26 por cento dos votos.

Gwanda Chakuamba, da coligação Mgwirizano, que acabou em terceiro, acusa a comissão eleitoralde fraude e diz que ele deveria ter sido declarado o vencedor.

Diversos partidos, incluindo a Coligação Mgwirizano, questionaram os resultaos e dizem que os vão desafiar em tribunal.

O responsável do departamento de ciência política na universidade do Malawi, Mustafa Kennedy Hussein, diz que grande parte da irritação da oposição deve ser da responsabilidade do sistema eleitoral que permite que alguém ganhe a presidência com 35% dos votos. Segundo ele a votação faz-se ao longo de linhas regionais, e é apenas quem tem a maioria, mesmo que seja por apenas um voto, que é declarado vencedor.

As avaliações feitas pelos observadores internacionais foram diversas. Dizem que apesar da votação em si ter sido pacífica, houve graves irregularidades no recenseamento eleitoral a imprensa estatal fez cobertura bastante tendenciosa a favor do partido no poder, a Frente Democrática Unida. A União Europeia disse, também, que o partido no poder usou os recursos do estado para fazer campanha.

Apesar das declarações dos observadores, os analistas dizem que a oposição terá poucas hipóteses de anular a eleição em tribunal.

Mas os economistas preocupam-se com que a contínua instabilidade e uma eleição disputada possa prejudicar a estagnada economia malawiana e a sua posição junto dos credores internacionais.

No seu discurso de tomada de posse, Mutharika prometeu reformar a economia, o governo e o sector agrícola, para tornar o Malawi, nas suas palavras, uma nação onde não haja fome.

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