A Austrália vai reduzir as responsabilidades de manutenção da paz em Timor Leste, na altura em que este pais assinala o segundo aniversário da independência da Indonésia.
Persistem todavia preocupações sobre as ameaças que continuam a pairar sobre a segurança de Timor Leste.
A nação mais recente do mundo prepara-se para assumir a responsabilidade sobre a sua própria segurança. As Nações Unidas procederam ao treino da policia e dos militares, mas ainda existem grandes desafios. Correm rumores de que grupos de milicianos armados continuam a atravessar a fronteira a partir de Timor Ocidental, território controlado pela Indonésia.
As forças australianas reduziram as suas patrulha na região montanhosa da fronteira comum, e a partir de agora a missão passa a caber aos timorenses. Existe um plano para desmilitarizar a zona da fronteira. Em breve, apenas uma centena de militares australianos vai permanecer no pais, abaixo do actual total de 440, e muito abaixo do numero de cinco mil de há alguns anos atras.
O cabo do exército australiano, Scott Stone afirmou acreditar que muitos aldeões estão preocupados pela saída da maioria dos capacetes azuis. Segundo este militar, muitas mulheres estão apavoradas com a possibilidade dos milicianos poderem voltar para as violarem. Estão preocupadas que depois da saída sejam chamados dentro de um ano, isto no caso das milícias regressarem a região.
O restante do contingente australiano fica a integrar a nova missão das Nações Unidas que vai assistir Timor Leste a reconstruir a infra-estrutura civil. Os conselheiros estrangeiros vão igualmente conceder apoio especializado as forças armadas timorenses.
Os capacetes azuis entraram no pequeno pais em 1999, após milícias fieis a Jakarta terem devastado Timor Leste nas semanas que antecederam a votação sobre a independência da Indonésia.
As Nações Unidas administraram Timor Leste e ajudaram a formar um novo governo, antes da independência total que ocorreu há dois anos. Após quatrocentos anos de domínio colonial Português e mais de 20 anos de ocupação pela Indonésia, Timor Leste esta prestes a assumir os primeiros passos realmente independentes para assumir a responsabilidade pela sua segurança.
O ministro dos estrangeiros timorense, José Ramos Horta, afirmou compreender a existência de um certo nervosismo sobre a capacidade do país em se defender. Ramos Horta acredita que as forcas de milícia já não são perigosas, pois a ameaça diminuiu significativamente, embora a paz ainda seja frágil.
Estes são tempos difíceis para Timor Leste, pois o país permanece o mais pobre de Ásia, com duas em cada cinco pessoas a viver com menos de um dólar por dia, e a depender da assistência internacional para a maior parte das suas necessidades.