O Presidente José Eduardo dos Santos defendeu em Washington um período mínimo de dois anos para a preparação e realização das segundas eleições em Angola.
No discurso que proferiu num jantar com embaixadores africanos e homens de negócios, Eduardo dos Santos disse ser necessário tempo suficiente para se evitarem os erros cometidos em 1992. “O nosso parlamento está agora a estudar as leis que deveremos adoptar para viabilizar este processo eleitoral.
O governo está a tomar as medidas administrativas, técnicas necessárias também para que este processo possa decorrer de forma livre, transparente e que satisfaça os anseios de todos os cidadãos. Há pessoas que colocam a questão de saber porque não foram realizadas já as eleições uma vez que já decorreram dois anos desde a conclusão do acordo de paz. A resposta é muito simples. Não queremos realizar eleições de forma precipitada como fizemos em 1992. Queremos prepará-las bem para que todos os angolanos participem conscientemente e possam fazer livremente a sua escolha.”
O Presidente angolano sugeriu que a reconstrução de Angola depende do apoio externo e que este não tem sido disponibilizado como convinha. “ Nós não temos recebido grande ajuda da comunidade internacional. Temos alguma ajuda humanitária mas não temos ajuda para o desenvolvimento.
E mais ainda: temos acesso difícil aos mercados financeiros internacionais porque não conseguimos empréstimos no mercado financeiro internacional sem garantias reais. Por isso só com uma gestão responsável, cuidadosa é que temos sido capazes de aplicar os nossos próprios recursos para a resolução dos nossos problemas e também estamos a desenvolver esforços para um entendimento com o FMI.”
Esta quinta-feira o Presidente angolano vai responder à perguntas dos jornalistas da TV e da Rádio da Voz da América, entrevistas a serem difundidas nas emissões de sexta-feira e de sábado.