A Organização dos Direitos Humanos, Amnistia Internacional solicitou ao governo do Burundi e aos grupos rebeldes para acabarem com o recrutamento e o uso de crianças soldados.
Segundo a Amnistia, no Burundi, cerca de sete mil crianças com idades inferiores aos 18 anos devem ser desarmadas e enviadas de volta para casa.
A responsável pelo escritório daquela organização no Uganda, Stephanie Brancaforte o governo do Burundi e os grupos rebeldes, incluindo a Forças para a Defesa da Democracia, continuam a usar crianças soldados.
No inicio deste ano, a UNICEF deu inicio a um programa de desmobilização com o governo e os rebeldes, mas Brancaforte sublinha que apenas 300 crianças foram até este momento desmobilizadas.
A mesma responsável sublinha ser muito difícil convencer as forças beligerantes para procederem à entrega das crianças, até que exista uma paz real, pois os dirigentes dos grupos armados não se sentem motivados a desmobilizar a totalidade das crianças.
Brancaforte precisa que as crianças sofrem com frequência traumas psicológicos e físicos, sendo muito difícil regressarem a casa, em particular quando as pessoas sabem que participaram em actos de violência.
A mesma fonte refere que as crianças necessitam de educação, treino profissional, bem como de outro género de apoio quando regressam, ou ficam tentadas a regressar aos grupos armados para poderem viver.
O embaixador do Burundi no Quénia, sustenta que o governo deixou de utilizar crianças desde a assinatura, o ano passado, do acordo de paz com as Forças para a Defesa da Democracia.
O mesmo diplomata insiste em que o governo está a trabalhar em cooperação com a UNICEF no sentido da desmobilização das crianças.
Entretanto, o Programa Mundial Alimentar está, esta semana, a distribuir assistência a cerca de 30 mil pessoas, e isto após os confrontos do passado dia 17 numa área perto da capital do Burundi. Segundo o PAM pelo menos 13 pessoas foram mortas quando forças governamentais e rebeldes das Forças Nacionais de Libertação se confrontaram naquela região.
O director do PAM para o Burundi, Zaltan Milisic, indica que os confrontos provocaram os desalojamentos de cerca de 45 mil pessoas. As Forças Nacionais de Libertação não fazem parte do acordo de paz, e os observadores insistem em que, e a menos que sejam integradas, a paz não poderá chegar ao Burundi.