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Viragem ao Oriente ... - 2004-03-10


A assinatura recentemente, de um acordo entre Angola e a China significará muito mais do que a entrada de dinheiro nos cofres angolanos. Será a afirmação de políticas iniciadas há cerca de 13 meses com a entrada de uma nova equipa económica . Será também uma viragem ao oriente, similar àquela que companhias dos países desenvolvidos vêm fazendo, pois a China oferece preços e serviços competitivos. Com esta viragem Luanda conseguiu, segundo alguns analistas o melhor empréstimo dos últimos anos.

A Voz da América soube de boa fonte que o acordo ora negociado entre Luanda e o Eximbank, banco chinês de exportação, valerá a Angola 2 mil milhões de dólares, ou 2 biliões como se diz na gíria angolana.

O dinheiro servirá para financiamento de projectos de infra-estruturas relativos ao Programa de Investimento Público para os anos de 2004 e 2005.

O empréstimo é reembolsável em dezassete anos, com um período de graça de até cinco anos, e uma taxa de juro igual a LIBOR, ou seja a taxa do mercado de Londres,mais 1,5%.

Este empréstimo será garantido por activos do Banco Nacional de Angola, que deverá empregar receitas geradas por um contrato de venda de petróleo equivalente a dez mil barris de petróleo por dia.

Embora Angola tivesse que recorrer novamente ao petróleo para conseguir dinheiro, prática que deverá terminar quando conseguir um acordo com o FMI, analistas consultados pela Voz da América indicam que apesar de não ter conseguido os 10 anos de graça, nem uma moratória de 25 anos para reembolso pelos quais se batera, Luanda conseguiu, ainda assim, um bom negócio. É, comparado com aquilo que Angola costumava conseguir nos mercados europeus, “uma diferença entre dia e noite”.

Este acordo com a China pode significar também uma mudança radical na orientação dos negócios do estado angolano, ou seja a China poderá vir a tornar-se no novo parceiro de Angola. Tal como outros que encontraram qualidade e baixo custo no mercado chinês, Angola encontrou mão de obra qualificada e juros melhores do que os oferecidos por consórcios europeus.

Angola vai empregar este dinheiro na recuperação de infra-estruturas nas áreas da educação, saúde energia, água e outros. Este acordo prevê a participação de empresas chinesas que deverão sub-contratar ou incorporar o máximo possível de bens e serviços de origem angolana.

Num comunicado distribuído em Luanda o governo de Angola diz que os termos e condições deste financiamento “incorporam um grau de concessionalidade compatível com as recomendações das Instituições Financeiras Internacionais voltadas para a reconstrução e desenvolvimento, e atestam a crescente credibilidade do Governo Angolano junto dos seus parceiros internacionais”.

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