A Amnistia Internacional revelou que milhões de mulheres, são anualmente, são objecto de violação, de maus tratos e de assaltos.
Ao inaugurar a campanha ”Acabem com a violencia contra as Mulheres”, China Keitetsi falou da sua história pessoal de violação e de miséria, quando uma "criança soldado" no Uganda.
Para Keitetsi, tal como para muitas outras mulheres, as cicatrizes fisicas e psicológicas vão permanecer para toda a vida.
"Quando olho para trás, fico triste, por que seria muito feliz se pudesse sentar-me com um dos meus camaradas, ou uma das raparigas que vi morrer de SIDA, morrer devido a aborto".
A secretária geral da Amnistia Internacional, Irene Khan, sustenta que a história de China Keitetsi não é fora do vulgar, sublinhando que a violencia contra as mulheres é uma constante na guerra e na paz, no mundo em desenvolvimento como no mundo desenvolvido.
Irene Khan sublinha que a violencia em casa e a violencia na guerra são dois dos pilares da campanha da Amnistia Internacional, expondo a face mais intima e a vertente publica de um ”cancro” que corrói o coração da sociedade e das nações.
A Amnistia Internacional estima que cerca de dois milhões de raparigas serão sujeitas, este ano, a mutilação genital, enquanto milhares de mulheres serão mortas em resultado dos denominados "assassinatos de honra", e outras ainda serão alvo de violações e de maus tratos fisicos.
Khan acrescenta que todos os segmentos da sociedade são responsáveis por esta situação.
"O relatório demonstra que os governos fecham os olhos à violencia contra as mulheres, e permitem a impunidade. Põe à vista a forma como os responsáveis comunitários e religiosos reforçam os papéis, as atitudes e os costumes, que visam subjugar e subordinar as mulheres, controlando as suas vidas e os seus corpos ... perpetuando a violencia".
A Amnistia Internacional adianta desejar que os países sejam responsáaveis na prevenção, na investigação, no castigar e na forma de enfrentar os actos de violencia contra as mulheres.
Solicita igualmente a eliminação das leis que permitam a descriminação das mulheres ... pois a violencia contra as mulheres não é normal, legal ou aceitável ... e deve ser acabada.