Uma alta patente da marinha de guerra americana afirmou que os navios da marinha mercante que atravessam o Golfo de Aden e o Oceano Índico deviam levar a bordo guardas armados para se defenderem dos piratas somalis.
Recentemente marinha de guerra americana disponibilizou entre 5 a 10 navios, incluindo vedetas rápidas e fragatas, para participarem nos esforços anti-pirataria ao largo da costa oriental de África.
Nos últimos meses os piratas somalis multiplicaram os seus ataques desviando muitos navios e conseguindo dezenas de milhão de dólares em resgates. Tudo isso apesar da presença na região de dezenas de navios de guerra estrangeiros.
Ultimamente a marinha dos Estados Unidos tentou abrir um corredor no Golfo de Aden obrigando os piratas somalis a aventurarem-se mais no Oceano Índico levando-os nalguns casos até perto das Ilhas Seychelles.
O Golfo de Aden ao largo da costa somali situa-se na rota usada todos os anos por milhares de navios. Nestas últimas semanas os piratas têm estado particularmente activos e apoderaram-se de cerca de 20 barcos e das suas respectivas tripulações.
O almirante Mark Fitzgerald é o comandante das forças navais americanas na Europa e em África. Fitzfgerald é da opinião que os navios mercantes devem levar guardas armados a bordo para se defenderem de possíveis ataques dos piratas.
“ Sou da opinião, disse o almirante americano, de que tem que haver segurança a bordo desses barcos. Forças desse género a bordo de grandes navios tem sido muito eficaz. Cabe à marinha mercante decidir como lidar com este problema. Acho que não podemos, nem devemos, garantir uma protecção a 100%.”
Fitzgerald acrescenta que muitos somalis que enriqueceram à conta da pirataria estão a comprar propriedades nas cidades quenianas de Nairobi e Mombaça assim como em Adis Abeba na Etiópia. Fitzgerald salientou que a comunidade internacional deve organizar uma campanha conjunta para reprimir aqueles que estão a financiar os piratas.
“ Temos que descobrir donde vem o dinheiro, a logística, as embarcações e o combustível. Temos também que fazer aplicar as leis de modo a que aqueles que são apanhados sejam levados à justiça”, disse Fitzgerald.
Aquele almirante americano afirma contudo que é difícil encontrar países que estejam na disposição de julgar os piratas. Acrescentou que os Departamentos de Estados e da Justiça dos Estados Unidos estão a elaborar um plano para julgar os piratas detidos a bordo de navios americanos.
Por outro lado, os Estados Unidos e os seus parceiros internacionais estão a ajudar a treinar as marinhas dos países africanos de modo a que elas façam aplicar as leis nacionais nas suas águas territoriais.
“É muito mais barato e muito mais construtivo treinar os aliados a fazerem esse trabalho e deixá-los aplicarem as leis nacionais nas suas águas territoriais”, disse ainda o almirante.
Fitzgerald disse ainda que não seria realista esperar, a curto prazo, o aparecimento de um governo estável na Somália. Por isso, disse ainda, é necessário um esforço internacional mais forte para fazer frente ao problema da pirataria.