O laureado com o Prémio Nobel Muhammed YUNUS apelou às empresas, aos dirigentes filantrópicos e aos políticos reunidos em Nairobi para ajudarem a erradicar a pobreza concedendo aos pobres do mundo acesso aos serviços financeiros.
Discursando perante mais de mil e quinhentos delegados de 75 países reunidos na decima quarta cimeira anual de Micro credito para a África e o Médio Oriente Yunus classificou o encontro como sendo um marco, sublinhando que destaca o êxito da industria de micro finanças face à crise financeira global.
Yunus frisou que a micro finança continua a prosperar concedendo oportunidades às populações do mundo em desenvolvimento saírem da pobreza.
´Nesta crise, o micro crédito não foi aquele que levou ao encerramento das lojas. Foram os grandes bancos que estavam a encerras as lojas. Por isso uma das lições a retirar destes dias negros: necessitamos de reinventar o sistema bancário. O micro crédito fornece a direcção em que devemos caminhar.´
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A micro finança constitui um movimento dentro do desenvolvimento internacional para fornecer serviços financeiros aos pobres. As organizações concedem tipicamente pequenos empréstimos, chamados micro créditos a indivíduos para iniciar empresas nas comunidades. A prática é vista por muitos como um meio de dotar as pessoas que tradicionalmente tinham o acesso recusado ao crédito e às instituições bancárias.
Denominado o Banqueiro dos Pobres, Yunus é visto um dos pioneiros do micro crédito e da indústria. Foi o fundador no Bangladesh do Banco Grameen, uma organização que tem fornecido micro crédito desde a década de setenta. Em 2006 Yunus recebeu o prémio Nobel da Paz.
Segundo Yunus o micro crédito fornece um modelo empresarial sustentável para resolver os problemas do mundo.
´O significado do micro crédito é – empresas para mudar o mundo. Não para gerar dinheiro. Podemos mudar o mundo constituindo empresas para o sector de saúde, o meio ambiente, para a habitação, para a água potável, para qualquer problema que exista.´
Yunus afirmou que muitas nações africanas não possuem a legislação necessária para a operação das instituições de micro crédito. Nestes casos organizações humanitárias fornecem por vezes micro crédito o que Yunus considera ineficiente.
Apelou aos estados africanos para que estabeleçam a estrutura legal necessária para o desenvolvimento de todo o potencial do micro crédito.
Os quatro dias da cimeira vão explorar novas ideias de erradicação da pobreza, como os debates a centrarem-se na aplicação da micro finança mo desenvolvimento de sectores como o meio ambiente, a agricultura e a saúde.