A Etiópia sustenta que as recentes notícias sobre direitos humanos e as emissões da Voz da América são destinadas a desestabilizar o país em antecipação dos sufrágios previstos para 23 de Maio próximo.
As transmissões radiofónicas da Voz da América para a Etiópia têm sido interferidas pelas autoridades.
Um porta-voz do governo, Shimelis Kemal descreveu os últimos estudos sobre os direitos humanos na Etiópia divulgados pela Human Rights Watch e o departamento de Estado norte-americano como fazendo parte de uma campanha de difamação.
´Estes relatórios são apresentados como sendo preocupações sobre os direitos humanos mas são essencialmente para difamar e manchar a boa imagem do país.´
O relatório da Human Rights Watch acusa a Etiópia de criar um clima de medo em antecipação dos sufrágios de Maio aliado a um ataque coordenado e sustentado contra opositores políticos e jornalistas.
O relatório anual do Departamento de Estado documenta um certo número de violações entre os quais que a Etiópia detêm vários prisioneiros políticos, incluindo o dirigente da oposição Birtukan Mideksa.
Falando com os jornalistas Shimelis classificou os relatórios como sendo uma lista de condenações apresentadas com base em alegações falsas destinadas a desestabilizar a Etiópia.
Shimelis defendeu a decisão etíope de interferir com as emissões da Voz da América alegando que o serviço amárico tem um historial de semear o ódio.
´No passado a Voz da América repetiu programas e declarações que visam incita, fomentar o ódio entre os diferentes grupos étnicos. Transmitiu recentemente um programa alegando que o governo da Etiópia patrocinou um genocídio em Gambela.´
Shimelis salientou que vários elementos do Serviço Amárico que trabalham em Washington foram acusados à revelia por promoverem abertamente a violência no rescaldo do sufrágio de 2005. A Voz da América rejeitou as acusações, tendo a acções judiciais sido abandonadas.
As transmissões da Voz da América para a Etiópia foram bloqueadas por altura do sufrágio de 2005, e de novo em 2008 quando das eleições locais.
As interferências dos programas do Serviço Amárico tiveram início a 22 de Fevereiro passado tendo se estendido nos últimos dias às emissões nas línguas Tigrinya e Afan Oromo.
Apesar das interferências nas emissões e da denúncia dos direitos humanos, o porta-voz Shimelis descreveu o relacionamento entre a Etiópia e os Estados Unidos como sendo forte e baseada nos interesses mútuos.
Os Estados Unidos consideram a Etiópia como um aliado chave na volátil região do Corno de África.