O Chade solicitou às Nações Unidas para retirar a força de manutenção da paz que considera não consegue proteger os civis. A ONU deseja prorrogar o mandato da força que protege a distribuição de ajuda humanitária ao longo da fronteira do Chade com o Sudão e Republica Centro Africana.
O presidente chadiano Idriss Deby deseja que a força conhecida pela sigla MINURCAT deixe o seu país, por considerar que não se encontra completa e não consegue proteger a população civil da região leste.
Após ter solicitado ao Conselho de Segurança para não renovar a MINURCAT, o presidente Deby aceitou uma extensão de dois meses que manterá os sectores militar e policial no Chade até 15 de Maio próximo.
Fontes da ONU estão a utilizar o espaço de tempo para tentar convencer o presidente a aceitar uma extensão mais longa.
Alain Leroy é o subsecretário geral da ONU para as operações de manutenção da paz.
´Consideramos ser muito importante que a MINURCAT permaneça para além de 15 de Maio para proteger, continuar o mandato dado pelo conselho. Isto tem de ser discutido com as autoridades chadianas por que não podemos permanecer sem o consentimento do país, o que é muito claro.´
Responsáveis da ajuda humanitária consideram que a retirada da MINURCAT vai deixar os refugiados sudaneses e os chadianos internamente deslocados vulneráveis ao banditismo, comprometendo as operações humanitárias.
Susannah Sirkin é a directora adjunta do grupo Médicos para os Direitos Humanos.
´Praticamente não existe sistema judicial, e a força policial é muito fraca. Não existem agentes femininos para tomarem conta da violência baseada no sexo que se verifica na fronteira e nos campos de refugiados.´
Sirkin considera que a MINURCAT é crucial para o fornecimento de alimentos de alimentos, de água, da sanidade e a saúde de 250 mil refugiados sudaneses e mais de 150 mil deslocados internos chadianos.
Phillipe Conraud é o coordenador humanitário para a África Ocidental do grupo Oxfam.
Conraud afirma que a ausência da MINURCAT pode afectar a distribuição de alimentos às populações nas zonas mais perigosas ao longo da fronteira com o Sudão. Segundo ele em muitas das regiões com carências de alimentos não existem mesmo forças da MINURCAT.
O presidente Deby refere que o Chade pode passar sem a MINURCAT por que o Chade e o Sudão estão a instalar as suas forças para manter a segurança ao longo dos 500 quilómetros de fronteira.
Este contingente faz parte da melhoria do relacionamento entre as duas nações após anos de se terem acusado mutuamente de prestar apoio a grupos rebeldes rivais.
Alain Leroy considera que a melhoria do relacionamento constitui um grande avanço após o Chade ter cortado, o ano passado, o relacionamento com o Sudão.
´Penso que ninguém poderia há um ano atrás imaginar a visita do presidente Deby a Cartoume o presidente Deby mencionar muito claramente que o relacionamento entre os dois países e os dois presidentes melhorou bastante.´
Ainda mesmo que as Nações Unidas não consigam convencer o presidente Deby a autorizar a MINURCAT a permanecer mais tempo, os responsáveis esperam que se registe um retirada gradual de forma a não por em risco as operações de ajuda no leste do Chade e no nordeste da Republica Centro Africana.