As Nações Unidas sustentam que o conflito na África Central é fomentado pelo comércio ilegal de armas que aumenta o crime através das fronteiras e ameaça a reconciliação nacional.
O crime organizado envolvido no tráfego de drogas e a exploração ilegal dos recursos minerais constitui a base para um fluxo contínuo de armas que torna o conflito na África Central mais violenta e mais difícil de conter.
O secretário-geral adjunto das Nações Unidas Asha-Rose Migiro considera que o tráfego ilegal de armas de pequeno calibre e armamento ligeiro nunca ocorre isolado.
O tráfego de armas na África Central tem laços complexos, não relacionados com o conflito, sublinha Migiro acrescentando que igualmente um número de outras actividades criminosas, que minam os nossos esforços de fomentar a justiça social, promover o primado da lei, e em última instancia alcançar os objectivos de Desenvolvimento do Milénio. É cada vez mais evidente acrescenta ainda Migiro, a relação entre a exploração ilícita e o comércio dos recursos naturais e a proliferação e o tráfego ilícito de armamento. “
Migiro indica que os pedidos da milícia e de grupos rebeldes na África Central permanecem fortes. Enquanto alguns governos trabalham na promoção do desarmamento e o termo do comércio ilegal de armas, Migiro refere que são frequentemente esmagados pela dimensão da ameaça e a relativa facilidade com que estas armas atravessam as fronteiras.
Diz Migiro que a capacidade limitada quer nacional quer regional, as fronteiras porosas e o alastramento dos efeitos dos conflitos na região tem impedido o controlo efectivo das armas de pequeno calibre. Por isso, a África Central está cheia de armas ilícitas, exacerbando a violência inter comunidades, aumento o crime através da fronteira e ameaçando os processos de paz e a reconciliação nacional que estão em curso.
Migiro sublinha que as iniciativas da Comunidade Económica dos Estados da África Central para erradicar o comércio ilegal de armas não pode ter êxito sem um forte compromisso por parte das nações que fornecem tais armas. Migiro deseja um tratado global regulamentando o comércio de armas.
O Centro Regional da ONU para a Paz e o Desarmamento fornece treino e assistência legal aos grupos da sociedade civil, os governos e as organizações regionais. Migiro indica que vai ajudar a redigir o primeiro instrumento legal sub regional para o controlo de armas de pequeno calibre e armas ligeiras, munições, explosivos e equipamento que apoiam a produção.
Outras prioridades urgentes incluem a administração das existências, refere Migiro bem como a segurança das armas e das munições bem como as medidas para controlar a importação, a exportação, o trânsito e transferência de armas.
Migiro acentua por ultimo ser a altura de a totalidade dos estados membros da ONU ajudarem os governos da África Central na melhoria das medidas de regulamentação e a fiscalização para melhorar a estabilidade sub-regional e criar as condições para um desenvolvimento sustentável.
