Uma pré-cimeira de ministros dos Negócios Estrangeiros africanos, teve início em Adis Abeba, com um apelo da Líbia para uma rápida acção para a realização do sonho de Moammar Gadhafi de uma federação continental. Os ministros dos Negócios Estrangeiros estão a preparar a cimeira de chefes de estado africanos que se realiza no próximo domingo.
O ministro líbio dos Negócios Estrangeiros, Moussa Koussa, pediu ao Conselho Executivo da União Africana para a organização redobrar esforços para criar uma federação, que chamou de Estados Unidos de África.
Quando foi eleito presidente em exercício da União Africana no ano passado, o líder líbio Moammar Gadhafi, afirmou que iria usar o seu mandato de um ano para realizar o seu sonho de um governo continental. Delineou na altura um plano para a federação que teria uma única força militar africana, uma moeda única e um passaporte único para os africanos se movimentarem livremente através do continente.
O conceito de uma África unida é um objectivo geralmente acordado entre os estados membros da União Africana, mas a maioria dos líderes parecem ser a favor de uma aproximação lenta. O ministro líbio dos Negócios Estrangeiros disse que Gadhafi quer ver rapidamente uma transformação radical da união.
O ministro afirmou que a actual organização não é compatível com o conceito de uns Estados Unidos de África, pelo que é necessário colocar essas estruturas sob uma autoridade para tornar-se num instrumento para o objectivo em vista.
Diplomatas africanos disseram que Gadhafi espera ganhar um segundo mandato como presidente em exercício da União Africana porque não foram feitos suficientes progressos para a criação de uma poderosa autoridade continental para substituir a actual estrutura da Comissão da União Africana.
Os chefes de estado africanos vão reunir no domingo numa sessão à porta fechada para decidirem se dão ao líder líbio mais um ano ou para continuar a tradição de rotação regional, através da qual o presidente do Malawi, Bingu Mutarika, assumirá a presidência.
Entretanto, o Conselho de Ministros enfrenta uma complicada agenda antes da chegada dos chefes de estado, incluindo difíceis questões sobre conflitos e mudanças inconstitucionais de governo.
Na quarta-feira, o grupo de contacto internacional da União Africana para a Guiné-Conakry ordenou à junta militar do país para realizar eleições dentro de seis meses. A Guiné-Conakry encontra-se suspensa da União Africana desde o golpe militar de Dezembro de 2008.
O comissário para a paz e segurança da União Africana, Ramtane Lamamra, informou que os chefes de estado vão dedicar muita atenção à Somália, Sudão, a região dos Grandes Lagos, assim como as mudanças inconstitucionais de governo em Madagáscar e na Guiné-Conakry.
Os chefes de estado vão também aprovar o orçamento da União Africana para o próximo ano no valor de 201 milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 25 por cento em relação ao orçamento do ano passado.