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"Bonga, o Maioral"


A vida e obra de Barceló de Carvalho estão agora retratadas em livro. "Bonga, o Maioral" dá título a biografia escrita pelo jornalista João Paulo N'ganga.

Entrevistado por Alexandre Neto, o cantor a seu jeito, fala de questões de actualidade e nota com desagrado a apatia de acção capaz de fazer andar as coisas. Sublinha que Angola atravessa uma profunda crise de liderança e diz que Savimbi é dos tais líderes que fazem falta para precipitar mais mudança.

A trajectória do cantor Angolano Barceló de Carvalho Bonga retratada em biografia foi neste fim de semana apresentada em público. O acto teve lugar no anfiteatro da Liga Africano, na presença de membros do governo e figuras afectas a sociedade civil.

A biografia lançada considera os anos 80 como do apogeu internacional e cultural do cantor, altura em que recebeu o título de embaixador da música Angolana.

Embora se diga não pertencer a nenhum partido é através da música assente nas tradições e raízes culturais que Bonga notabiliza a sua intervenção.

Barceló de Carvalho mantém-se crítico com o estado das coisas em que se encontra mergulhado o seu país e denota não estar interessado em para já em retornar para fixar residência.

Indagado se era um homem materialmente realizado, diz que se fosse para si apenas, diria que sim. Mas não é este o caso, pois tem uma família numerosa a que deve assistir.

Sobre a apatia na acção da sociedade, considera que o país está a enfrentar uma crise de lideranças a todos os níveis.

Aludindo a falta de actores considera citamos, “Os angolanos gostam de falar de «cachexe» e fazer tudo as escondidas e não dão cara” estivemos citar Bonga quando descrevia a falta de coragem de muitos que o contactam as escondidas.

Por causa desta personalidade de cobardia que de notam muitos dos seus compatriotas Bonga diz que a sua próxima obra vai ter como título “O beijo do Kibuzu” ilustração a desfaçatez com que se abordam os assuntos no país.

Quarenta anos de profissionalismo, este documento biográfico vem numa altura em que o musical internacional acaba de distingui-lo entre os cem artistas mais ouvidos no mundo. Ocupa o décimo lugar do world music.

Perante o reconhecimento internacional que merece, respondendo a nossa pergunta do porquê do forçado isolamento a que se vê submetido , o autor da obra João Paulo N’Ganga considera que o caso de Barcelo de Carvalho, teve razões de gravidade... E diz porquê.

A verdadeira reconciliação faz-se com o mortos... João Paulo N’Ganga, autor da biografia de Bonga.

São mais de 114 páginas, repartidas em nove capítulos que retratam a vida e obra daquele que chegou a ser reconhecido como embaixador da música Angola, trabalho este que vai desde o Zeca, nome de infância por que era tratado nos círculos mais familiares, passando depois pelo Barceló de Carvalho, nome das lides desportivas, dos campeonatos de atletismo da província de Angola de que é campeão e recordista dos 100, 200 e 400 metros, à perseguição da PIDE-DGS forçando-o a fixar-se na Holanda, onde viria a fazer estreia com o álbum “Angola 72”.

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