Nunca como agora a corrupção tinha merecido tanta atenção no discurso oficial.
Por um lado há enfim aceitação de que ela é uma realidade que campeia as instâncias do poder político e por outro lado a assumpção do presidente do MPLA de liderar o combate contra ela.
Não será tarefa fácil, pois o emaranhado é tão grande que pode demandar que a luta tenha de começar a sua porta! Dos Santos pede por isso colaboração nas reformas que pretende introduzir nos primeiros meses de 2010, portanto dentro do ano que começa já nas próximas 48 horas.
Eduardo dos Santos ontem na cerimónia de cumprimentos de fim de Ano na cidade Alta, presenciado por entidades políticas, religiosas e do desporto.
Com uma sociedade ávida de actos concretos, é a imagem do político que se descredibiliza, preocupação que vem sendo por ele mesmo levantada. Sinal disso ficou registado no discurso que proferiu na abertura do seu mais recente Congresso.
Em alusão a esta descrença dos políticos disse, citamos, "... O político é tido como um homem sem palavra, desonesto, sem escrúpulos". Mas curiosamente Eduardo dos Santos não se referiu ontem as eleições presidenciais.
Numa altura em que se multiplicam as denúncias sobre o envolvimento em negócios que lesam o Estado.
"As Negociatas dos Deputados" é título do mais recente trabalho de investigação da autoria do activista cívico Rafael Marques que conta interesses particulares dos deputados e demais titulares de cargos públicos se encontram amarrados uns aos outros.
Pela sua complexidade, a corrupção é um problema que requer tratamento cuidadoso que transcende a abordagem jurídica apenas, diz Marcolino Moko, sob pena de vir a empurrar Angola para uma situação idêntica a que viveu por causa da má descolonização.
Marcolino Moko e as reflexões em torno das soluções que ajudem a retirar o país da corrupção.