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Obama: A Guerra é Por Vezes Inevitável


No seu discurso de aceitação Obama elaborou as circunstâncias que levam as nações à guerra, como forma de alcançarem a paz.

No seu discurso de aceitação do Nobel da Paz de 2009, o Presidente Obama disse que aceitava o Galardão da Paz com muita humildade, ciente embora da controvérsia que acompanhou, desde a primeira hora, a decisão do Comité do Nobel.

"Em parte devido ao facto de eu estar ainda no princípio, e não no termo das minhas contribuições a paz no plano mundial. Em comparação com alguns luminares da história, a quem foi atribuído este Premio, tais como Schweizer e Martin Luther King, Marshall e Mandela, os meus feitos são mínimos."

Mas, disse Obama, a questão mais profunda que no que se refere a esta atribuição, é que se trata de um líder cuja nação está envolvida em duas guerras.

"Estamos em guerra, assumindo eu a responsabilidade pelo envio de milhares de jovens americanos para a frente da luta em terras distantes, na certeza de que muitos deles vão morrer. Por isso, tenho a profunda convicção do que nos irão custar estes conflitos armados, enquanto enfrentamos ao mesmo tempo uma série de perguntas difíceis a responder sobre a relação entre a guerra e a paz, assim como dos nossos esforços para a substituição de uma por outra."

O Presidente norte-americano disse que não tinha nada a censurar ao facto de em 1964 o Prémio Nobel de Paz ter sido conferido ao combatente pela paz, o líder dos Direitos Cívicos, Martin Luther King Júnior. Mas, afirmou Obama que essa não é a única forma de responder as ameaças ao povo americano. Um movimento de não-violência não poderia confrontar os exércitos de Hitler, disse Obama, nem tão pouco se poderá convencer a al-Qaida a abandonar a violência, simplesmente ignorando-a através de um cinismo disfarçado. Não é esta a lição da história a respeito da fraqueza e imperfeições humanas.

O discurso proferido perante uma multidão de dignitários mundiais em Oslo, na Noruega, teve lugar nove dias depois do Presidente Obama ter ordenado o envio de mais 30 mil tropas americanas para o Afeganistão. Ciente da coincidência destes dois eventos, Obama dissertou sobre o conceito de uma guerra justa e da necessidade de determinados esforços pela paz.

"Devemos começar por reconhecer a dura verdade de que não iremos erradicar os conflitos violentos à escala global, na nossa geração. Tempos haverá em que as nações do mundo, por si ou em concerto com as outras, irão compreender que o uso da força não é apenas necessário, mas moralmente justificado."

O presidente acrescentou que a busca da paz deverá ser apoiada por um conjunto de instituições vigorosas, na procura da liberdade e respeitos pelos direitos humanos.

Ao anunciar a sua escolha para a atribuição do Prémio Nobel de Paz de 2009 ao Presidente Obama, o Comité do Prémio Nobel citou os esforços do presidente americano na busca e fortalecimento da paz mundial através da via da diplomacia, o que não deixou de gerar controvérsia generalizada, à escala global, não apenas nos Estados Unidos, mas noutros países. Com o discurso em Oslo Obama respondeu às críticas e controvérsia.

Ouça também o que pensam do discurso de Barack Obama o professor da Universidade da África do Sul, Andre Thomashausen, e o professor Tiago Moreira de Sá, que lecciona Politica norte-americana na Universidade Nova e membro do Instituto de Relações Internacionais de Portugal.

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