Uma instituição internacional de apoio às crianças sustenta que quatro em cada cinco crianças que vivem em orfanatos têm pelo menos, um dos pais vivos.
A Save the Children sustenta que noventa por cento das crianças no Ghana que se pensa serem órfãs não o são.
Segundo um relatório da Save the Children, mais de noventa por cento que se pensa serem órfãs na Europa Central e do Leste, na Indonésia e no Ghana não são realmente órfãs, mas têm pelo menos um dos pais vivo. Na Libéria o índice atinge os 88 por cento.
No relatório a organização descreve como as crianças são tratadas como mercadorias numa indústria que recruta crianças para poderem beneficiar do tráfego internacional para a adopção de crianças.
Louise Melville, da Save the Children refere que alguns países os orfanatos se tornaram um negocio devido aos incentivos governamentais e donativos.Cameroonian artist Patrick Cheo training children at Petite Dan and Sarah Orphanage, Douala 2009" height=93 alt="
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"Os orfanatos tendem a atrair muitos donativos de pessoas bem-intencionadas, de igrejas e de outras instituições. Penso que muitas pessoas não sabem que a grande maioria das crianças nos orfanatos têm um ou ambos os pais a viver na mesma comunidade".
O relatório salienta que os pais que entregam as crianças aos orfanatos o fazem na esperança de lhes fornecerem uma boa educação. O documento indica que com frequência os pais pensam que as crianças lhe serão devolvidas quando forem mais velhas.
Melville sublinha que os órfãos vivem com frequência em más condições.
"Vemos como crianças, em particular com menos de três anos, sofrem danos cerebrais permanentes, por falta de cuidados individualizados. Muitas vezes vemos crianças com o crescimento reduzido para que pareçam mais novas do que a idade que têm. Até mesmo no contexto ocidental, sabemos que as crianças que vivem em instituições durante longos períodos têm pior desenvolvimento".
Melville afirma que as famílias pobres devem ser apoiadas para que possam cuidar elas mesmas das suas crianças.
"A maioria das crianças nos orfanatos tem famílias que exigem pequenas ajudas para que possam cuidar das suas crianças".
O conteúdo do relatório da Save the Chlidren foi rejeitado por alguns orfanatos.
Falando aos média britânicos, o director de um orfanato na Libéria recusou as acusações, sustentando que os liberianos cuidam das suas crianças, e que muitos estrangeiros são proibidos de adoptar crianças liberianas e que o tráfego de crianças não constitui um problema.
Segundo os números das Nações Unidas cerca de oito milhões de crianças vivem, no mundo, em orfanatos e outras instituições do género.
