A Austrália minimizou os receios de que uma investigação policial a morte, em Timor Leste, de cinco jornalistas venha a desencadear uma disputa diplomática com a Indonésia.
A polícia australiana iniciou uma investigação por crimes de guerra as mortes de cinco jornalistas na localidade timorense de Balibo, que fica situada a cerca de dez quilómetros da fronteira com a Indonésia.
Os familiares das vítimas alegam que elementos das forças especiais indonésias mataram intencionalmente os jornalistas numa tentativa de encobrir o seu avanço em Timor Leste durante a invasão de 1975.
Um médico legista de Sydney num inquérito realizado em 2007 concluiu que os jornalistas – dois australianos, dois britânicos e um neozelandês – foram assassinados.
A Indonésia contesta os resultados, sustentando que os jornalistas conhecidos pelos Cinco de Balibo morreram acidentalmente durante um confronto entre as suas tropas e grupos rebeldes.
O analista político Damien Kingsbury não pensa que o inquérito irá acabar por levar os suspeitos a justiça.
"O que poderá acontecer é que no caso de existirem provas suficientes e as acusações forem apresentadas, e o processo de extradição seja iniciado, irá acabar por ser um assunto judicial indonésio, e que seja dito que a Austrália não possui capacidade, ou o direito, de pedir a extradição e que vai recusá-lo, o que será o fim da questão."
O ministro australiano dos negócios estrangeiros afirmou que os dois países vão abordar a investigação de forma calma e com sensibilidade.
Stephen Smith sublinhou que a Indonésia ficou surpreendida com a decisão policial de reexaminar as mortes que ocorreram há cerca de quarenta anos atrás, enquanto as duas nações cooperam no combate regional ao terrorismo e noutros problemas.