O enviado especial dos Estados Unidos para o Sudão, Scott Gration, regressa aquela nação africana para uma visita de cinco dias. Gration regressa para continuar a mediação das conversações entre o Norte e o Sul e para visitar a devastada região ocidental de Darfur.
O embaixador Gration vai fazer a primeira escala em Juba, onde vai mediar as conversações entre representantes do Partido Nacional do Congresso e o Movimento de Libertação do Povo Sudanês.
As conversações são uma continuação das negociações mediadas pelos Estados Unidos que decorrem desde Junho passado. O mês passado as conversações produziram a assinatura de um documento resolvendo um certo número de questões sobre a aplicação do acordo de paz assinado de 2005.
O enviado dos Estados Unidos seguirá depois para Darfur para se encontrar com representantes da população local, incluindo as que vivem em campos para deslocados internos, bem como dirigentes dos grupos da sociedade civil.
Vai igualmente conversar com o novo comandante da força de paz conjunta das Nações Unidas e da União Africana, um general do Ruanda.
O destino final da digressão será Cartum, onde planeia encontrar-se a delegação da União Africana em Darfur dirigida pelo antigo presidente sul-africano Thabo Mbeki.
O grupo integrando antigos chefes de estado africanos vai apresentar, na próxima semana, as recomendações para a resolução da crise em Darfur.
Falando a uma rádio sudanesa durante a visita do mês passado, Gration fez uma antevisão das tarefas para as conversações que agora se vão iniciar.
“Temos duas questões onde necessitamos de trabalhar. Uma delas trata-se do recenseamento, a outra o referendo. Iremos continuar a trabalhar com o Partido do Congresso Nacional e o Movimento de Libertação do Povo Sudanês para obter acordo sobre questões pendentes.”
O referendo sobre a independência do Sul previsto para o inicio do ano de dois mil e onze foi um dos pontos essenciais do acordo de paz que pôs termo a duas décadas de guerra civil.
A legitimidade dos resultados do recenseamento nacional continua a ser um ponto de contestação por que os números vão ser usados para determinar os poderes regionais nas eleições marcadas para Abril de 2010.
O enviado dos Estados Unidos fez uma antevisão dos encontros em Darfur.
“Provavelmente a peça mais importante será dar voz a sociedade civil. Estamos a trabalhar com a liderança na diáspora, estamos a trabalhar com os responsáveis nos campos, e estamos a trabalhar com outras organizações que representam a população de Darfur.”
Gration, um antigo general da força aérea dos Estados Unidos que fala swahili, e que cresceu naquilo que é agora a Republica Democrática do Congo, foi designado em Março passado pelo presidente Barack Obama, como enviado especial de Washington para o Sudão.