No Gabão, as expectativas e incertezas que se seguiram as eleições
presidenciais do passado Domingo não ficaram dissipadas com o anúncio dos
resultados dos escrutínios.
A Comissão Eleitoral Nacional confirmou, na quinta-feira, a vitória do
candidato Ali Bongo, filho do defunto presidente Omar Bongo, e, logo a seguir,
elementos afectos aos candidatos derrotados saíram à rua para protestar com
ondas de destruições e de desacatos.
Aquele órgão eleitoral viu-se obrigado a adiar o anúncio dos resultados
oficiais por 24 horas por causa de desentendimentos internos.
Momentos depois do anúncio dos resultados apoiantes dos candidatos derrotados saíram à rua, erguendo barricadas protagonizando várias acções de desacatos.
Em Libreville, a polícia republicana foi chamada a reforçar os dispositivos de segurança. Na cidade do Porto Gentil apoiantes de um dos candidatos da oposição assaltaram uma cadeia e libertaram todos os detidos. Por enquanto reina a incerteza, numa altura em que a capital se tornou numa cidade sitiada, com sinais de destruição em alguns bairros, como nos confirmou Atanásio Gomes, cidadão santomense residente em Libreville.
Perante o estado de violência latente, são cada vez maiores as preocupações em relação às comunidades estrangeiras radicadas no Gabão.
A França, a antiga potência colonizadora e que tem uma forte comunidade de residentes no Gabão, já anunciou um dispositivo para proteger os seus cidadãos. Outros países deverão anunciar nas próximas horas os seus planos.
Quanto a comunidade santomense, Atanásio Gomes fala-nos de como é que se tem vivido os últimos acontecimentos. A Voz da América falou também com o embaixador santomense em Libreville, Salvador dos Ramos, quem confirmou haver um dispositivo para a protecção dos santomenses radicados no Gabão.
