Duas doenças diferentes que atacam as culturas da banana estão a alastrar através das regiões centro, leste e sul do continente africano, incluindo Angola, ameaçando o abastecimento alimentar de cerca de trinta milhões de pessoas.
Os cientistas estão a acelerar o desenvolvimento de estratégias de controlo da doença que podem impedir uma crise alimentar.
Cientistas do domínio da saúde das plantas reuniram em Arusha, na Tanzânia, indicaram que quase metade das regiões sub saarianas onde crescem bananais encontram-se infectadas com uma das doenças mais graves para a qual não existe cura.
Esta doença provoca que as folhas da planta crescem no topo da mesma e impedem o seu crescimento. Vários ataques desta virose registaram-se o ano passado no centro e sul de África. Um inquérito recente sugere que a doença está a assolar 12 nações do centro e sul de África, incluindo no Congo Kinshasa e Brazzaville, o Gabão, Angola e o Malawi.
O cientista que chefiou o inquérito, Lava Kumar, do Instituto Internacional de Agricultura Tropical, revelou a Voz da América que se trata como se a planta tenha desenvolvido a sua própria versão do HIV, o vírus que provoca a Sida nos seres humanos.
"Trata-se de um assassino silencioso. Pode entrar na propriedade e permanecer adormecido. E subitamente, exibe os sintomas. Quando nos apercebemos a totalidade da propriedade está infectada."
Kumar salienta que uma planta com um topo cheio de folhas não morre, mas não consegue produzir qualquer fruto.
Um inquérito realizado no inicio deste ano descobriu uma outra doença que tem devastado, há vários anos, as culturas das bananas no Uganda e no Congo Kinshasa infectou inúmeras propriedades no leste do continente africano.
A doença denominada de bactéria da banana, mata as plantas e torna os frutos não comestíveis.
Um especialista de culturas da Biodiversidade Internacional indicou que tal como a doença dos topos frondosos, a bactéria espalha-se pelos insectos e pode destruir as plantações já que poucas variedades de bananas possuem resistências próprias.
Em 2006 estava já em cinco outros países, incluindo o Quénia, a Tanzânia, o Ruanda e estava prestes a entrar no Burundi.
Os cientistas referem que os agricultores necessitam de adoptar medidas drásticas para acabar com o alastramento da doença, recomendando escavar bananais completos e tratá-los com pesticidas, ou através da queima total das plantas.